terça-feira, 23 de setembro de 2008 - por Mirian

Tentei, mas não consegui.

Ontem no meu horário de almoço eu tentei doar sangue numa coleta que estavam fazendo na UDEM. Li as regras e achei estranho não haver nenhuma menção sobre o Brasil, pois uma vez tentei doar nos EUA e não consegui por ter vindo do Brasil.

Até ali eu me encaixava no perfil de doadora. Depois fiz minha ficha de inscrição e até ganhei um broche de presente pela primeira doação no Québec. Depois li mais um questionário e o preenchi, tudo estava indo bem.

Quando me sentei para conversar com a enfermeira e ela me perguntou de onde eu era, meu plano de doar sangue começou a ir por água abaixo. Ela estava mais confusa que eu quando me explicou sobre as regras de poder ou não doar por ter estado em alguma região brasileira onde há risco de malária.

Não pude doar mas estou desconfiada de que ela cometeu um erro, pois ao ler as regras no site Héma-Québec descobri que se estive em uma daquelas regiões por menos de três meses, devo esperar um ano para doar e se estive por mais de três meses devo esperar três anos para doar. O problema foi que ela perguntou se estive FORA daquelas regiões e eu disse sim!

De acordo com o site, as regiões onde há risco são as cidades de Rio de Janeiro, Brasília, litoral das cidades de Natal, Recife, Fortaleza, Salvador, São Paulo, Belém e Cataratas do Iguaçu.

Quem é brasileiro sabe que esse método de selecionar doadores é furado. Além disso eles poderiam ter algum tipo de comunicação com centros de doação nos outros países, pois se eu doei sangue no Brasil em Março de 2008 é porque ainda estou apta, dentro das outras regras, claro.

Isso me faz duvidar da real necessidade de sangue ou pensar no descaso com as pessoas que precisam de tranfusões quando um pouco mais de pesquisa resolveria o problema.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008 - por Thiago

Canadá - A Globo acha que entende

Eu gosto quando começam a passar reportagens do Canadá no Brasil, e ainda mais quando elas vêm destas redes de comunicação globais (que não vou colocar link), pois é por elas que a gente pode ter CERTEZA do que o brasileiro está pensando, já que verdadeiramente forma opinião.

Pois bem, a última deles é esta aqui:





O vídeo nos dá a clara impressão que a imigração para o Canadá é uma grande furada, e que a melhor coisa que você faz da sua vida é sequer sonhar em vir para cá tentar uma vida melhor. Eu não vou discutir as opiniões pessoais de cada indivíduo em particular (pleonasmo triplo aqui para enfatizar bem), mas daí a considerar a exceção com o regra, está indo longe demais.

Eu conheço um monte de brasileiros que chegam aqui P-A-T-I-N-A-N-D-O nos idiomas canadenses, e mesmo depois que o governo gasta uma bela quantia na tentativa de ensinar o camarada a se comunicar melhor, ele ainda teima em não sair do niveau débutant para qualquer atividade corriqueira que dependa do inglês ou do francês. É claro que eu não vou falar que foi o caso destes que apareceram na reportagem, mas que só de olhar eu fiquei desconfiado, aaahhh eu fiquei, ainda mais porque conheço bem brasileiro (sou um deles) e da nossa preguiça em aprender e exercitar idiomas. Existem é claro as exceções, na maioria das vezes universitárias, onde eu posso dizer com confiança que mandamos muito bem, pois o nosso sotaque é bem menos carregado do que o de um chinês ou de um indiano (e.g.) quando realmente aprendemos o idioma. Resumindo, se quiser se dar bem aqui, MERGULHE NA LÍNGUA DOS CARAS. Ponto.

E tem outra. Todo mundo que quer imigrar sabe que o começo é barra pesada para todo mundo SIM, e nisto ninguém pode dizer que foi enganado. Você como imigrante vai começar ganhando menos SIM, vai ralar para arrumar o primeiro emprego SIM (e MUITO) e tudo depende de você, pois muitas profissões realmente demandam exame de ordem profissional (caso da Economia, que apareceu na reportagem), e quem não sabe disso deveria se informar bem melhor.

De posse de todos esses predicados, e mais a coragem e garra que todos nós brasileiros temos, é possível de dar bem aqui SIM, e bem o suficiente para deixar a saudade do Brasil reduzida à família e aos amigos.

E crise americana? Faça-me 0 favor né? A economia canadense em nada tem a ver com a estadunidense, a não ser pelo dinamismo e consumismo, mas mesmo assim esse país está longe, loooooooooooooooooooooooooonge, de uma recessão, o que não é o caso de nossos vizinhos daqui do Sul (sul do Canadá ok? Não estou falando da Argentina).

Além de todas essas bobagens informações incorretas, só some o fato que, embora a reportagem esteja falando de Montreal, grande parte das imagens que vemos na reportagem vêm de Toronto, isso só para você ter uma idéia do nível de detalhe que foi apresentado.

Bem pessoal, acho que é isso. Quem quiser saber realmente como funciona o processo de imigração, acesse os blogs de imigrantes, e não dê muito crédito para as reportagens televisivas globais, que já mandaram muito mal uma outra vez. No mínimo duvide, e tire as dúvidas nos blogs. A nossa comunidade de imigrantes blogueiros do Quebec agradece :)

Salut!

Atualização: Os créditos desta matéria vão para Silvia Sanches, que viu a reportagem na emissora e me mandou o link. Valeu Sil!

quinta-feira, 18 de setembro de 2008 - por Thiago

Joyeux Anniversaire!

Hoje é meu aniversário, e acho que o primeiro aniversário que a gente passa longe do país da gente é interessante por si só, pois realmente é tudo (TUUUUUUUUUUUUUUDO) diferente do que você sempre passou até então, ainda mais depois de casado.

De manhã a Mirian me deu os parabéns. No trabalho, quase ninguém se pronunciou, apesar de meus esforços de colocar a informação no meu Google Talk para que todos pudessem saber. Somente o meu amigo brasileiro Flavio e o meu coordenador Marius me felicitaram, e mesmo assim o Marius só o fez via GTalk, e nada além disso. No Brasil a gente tá acostumado a abraçar metade dos colegas de trabalho, e a dar beijinhos na outra metade, mas aqui, INFELIZMENTE, as coisas não são bem assim. Ou seja, a primeira coisa que você sente forte no seu aniversário é a distância que você vai ter de todos os que te cercam, pro resto da sua vida por aqui. Mas é claro que a gente, brasileiro que não desiste nunca, supera isso.

Em casa a Mirian me deu um presentinho muito chuchuzinho (esses da foto ao lado): uma blusa de frio lindona, e que parece que aquece mesmo, porque é grossa pra caramba (ainda preciso experimentar). Ganhei também uma caixa de bombons muito gostosos (preciso agüentar firme para não acabar com a caixinha toda de uma vez só) e mais um cartãozinho, que foi o que me deixou mais feliz, porque AMO os cartões da minha esposinha :)

Saldo do aniversário: bom, porque moro onde eu quero morar, trabalhando no que eu quero trabalhar, casado com a mulher que eu amo e habilitado a viver uma boa vida para mim e para minha família. Fora a saudade ANIMAL que a gente sente de quem ficoou no Brasil, não há motivos para reclamar daqui, mesmo que de vez em quando apareça algumas coisinhas ruins.

Espero poder desfrutar mais aniversários aqui no Quebec, e de preferência com ainda mais queridos ao meu redor. Que Deus nos abençoe sempre, a todos nós.

Salut tout le monde!

quarta-feira, 17 de setembro de 2008 - por Thiago

Nem tudo são flores

Eu postei aqui sobre as biclicletas em Montreal. A coisa funciona bem e eu fiquei tão animado que resolvi testar eu mesmo.

Hoje fui trabalhar de bicicleta. Saí da minha casa às 7:35 e cheguei no trabalho às 8:10, ou seja, 35 minutos pedalando com um ventinho mais ou menos gelado batendo no rosto. Nada mal mesmo.

Chegando no trabalho, acorrentei a minha magrela nos porta-bicicletas que ficam na frente do meu edifício e fui trabalhar. Tudo chupetinha... beleza pura.

A surpresa foi quando eu voltei. ELA NÃO ESTAVA MAIS LÁ. Foi roubada, furtada mesmo por algum larápio ladrão de galinhas bicicletas. No meu post sobre as bikes eu falei que o pessoal aqui roubava banquinhos indefesos, mas acabei descobrindo que, se você não comprar uma corrente realmente descente para garantir a integridade física do seu veículo, ele vai realmente sumir de onde você o deixou.

Agora é tocar a bola pra frente. Eu sabia que o meu negócio era patinação mesmo, e agora tenho só meus fieis pares de patins para me socorrer, até resolver comprar outra bike.

Não vou me delongar muito, porque como esse é um blog para se falar bem do Québec, não vou dar muito Ibope para notícias ruins, mas fica o recado pra todos, pois a verdade precisa ser dita, sempre.

Salut!

ps - agora temos um botão bem grandão aqui do lado direito do blog, lá no cantinho inferior, que leva para o nosso Feed RSS. Aproveitem! Foi feito para vocês.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008 - por Mirian

Université de Montréal

Minha primeira visita à faculdade não foi muito útil. O campus é imenso e como eu não sabia exatamente como chegar ao endereço que devia ir cheguei meia hora atrasada no encontro dos estudantes internacionais. Pra ajudar mais ainda não entendi quase nada que foi falado e tive que conversar com a palestrante no final. Ainda bem que ela mesma começou a falar em inglês pra me ajudar e me deu algumas informações importantes.

Na semana seguinte fui num encontro em inglês mas infelizmente as informações dadas não foram exatamente o que eu precisava, mas pelo menos conheci outros estudantes internacionais muito legais com os quais visitei o Mont Royal.

Aí estão: Luigi, Filip, Reiner, Hayley, Cassandre, Mirian, Thiago e Rafael.

Achei a UdeM meio desorganizada e burocrática. Não tive autorização para fazer matrícula pela internet por ser aluna de intercâmbio e até descobrir onde ir e com quem falar demorou muito.

Em primeiro lugar fiquei neurótica ao descobrir que a única matéria que eu tinha que fazer de verdade pra tentar equivalência na USP não tinha mais vagas. A saber, Shakespeare. Mandei emails, fiz ligações e falei pessoalmente com a pessoa responsável pelo departamento, que foi muito educada e tranquilamente disse que ia ver se tinha vaga e dez segundos depois me matriculou. Fácil, né? Por que, então, dizer que não tem mais vagas? Ainda mais numa turma que descobri que tem menos de 15 alunos. Vai entender.

Em seguida fui me inscrever no curso intensivo de francês. Andei até o prédio do departamento só pra descobrir que não precisava ter ido lá. Enfim, depois de falar em francês macarrônico com meio mundo, consegui finalemente me matricular nas matérias que precisava.

Outro parto foi conseguir fazer a carteirinha da Universidade, depois de umas três tentativas, andar pra cá, andar pra lá e falar mais francês ainda, finalmente consegui fazer a carteirinha.

Tudo isso para duas matérias. A de Shakespeare, que começou na semana passada e o curso intensivo de francês que começou esta semana.

Em Shakespeare o professor Irving Wolfe entra e sai sem dizer boa noite, mas a aula é muito boa. Estamos lendo The Taming of the Shrew, depois leremos Henry IV e depois Romeo and Juliet, que também iremos assistir no teatro. Comecei a ler sozinha, mas não entendi muito, lendo na aula com ele é bem mais fácil.

O curso de francês também é bom, mas super cansativo. Temos duas professoras, ambas boas, mas com certos defeitos que só professores bem treinados conseguem nomear enquanto alunos fora da área às vezes nem notam.

Esta é a porta da administração da escola de francês.













Ache meu nome na lista!


















Metade da classe é de chineses e o restante é cada um de um lugar diferente. Fico imaginando como meu sotaque soa para quem é francófono. Tem gente que só consegue fazer o R vibrante (como no Sul do Brasil), outros só fazem o R retroflexo (como o nosso R caipira) e eu dou risada, mas vou é cuidar da minha vida pois tenho problemas graves a resolver com meu próprio francês.

Outra coisa desorganizada na UdeM é eles ficarem me enviando boletos para pagar quando não deveriam nem falar no assunto dinheiro comigo. Alunos em intercâmbio pelo CREPUQ só devem pagar a própria faculdade e não a faculdade do intercâmbio. No começo eu me cansava e ficava irritada com esses boletos, mas resolvi desencanar. Não vou pagar nada e no máximo eles levarão mais tempo para descobrir os erros administrativos.

Uma coisa interessante de se notar é a sujeira dos banheiros. Dêem só uma olhada:

E eu que achei que banheiro pichado reclamando de política só existia na FFLCH. Tenho umas fotos do banheiro da FFLCH antes da reforma, dêem uma fuçada no meu flickr aqui.

"Com certeza não é escrevendo no banheiro que alguma coisa vai mudar."









Essa eu não sei legendar direito, mas com certeza é um palavrão ao primeiro ministro do Canadá, Stephen Harper. A foto anterior se refere a esta.











"Ajudem-nos a manter este local limpo."

O mesmo bla bla bla de todo banheiro sujo.











"Favor não jogar o papel marrom na privada."

A qualidade do papel para enxugar a mão é tão ruim que eles têm medo de entupir a privada. Um detalhe bom de saber é que aqui é comum jogar papel na privada e geralmente não entope.














Mais uma bela imagem do chão molhado de água suja e do tal papel marrom.

















Com todos os defeitos de burocracia, falta de comunicação entre departamentos e sujeira nos banheiros o que importa é que estou aprendendo muito de Shakespeare e muito francês. O plano é mergulhar na língua agora durante o outono para poder escolher matérias mais interessantes em francês no período do inverno. A primeira semana foi um pouco difícil e cansativa, mas espero me acostumar logo com o ritmo.

Premier Monde

Sempre no intuito de fazer propaganda e dar um apoio aos imigrantes-blogueiros-brasileiros-do-Quebec, segue para vocês mais um blog.
Esse blog é do meu novo companheiro de trabalho aqui na Momentis, Flavio Francisco, e ele conta como se virar sozinho em Montreal logo na chegada aqui e de como se divertir e viajar pelo Canada com pouca companhia, e no caso dele é pouca companhia mesmo, pois a noiva dele ainda está no Brasil (tadinho deles... snif... snif...).
Tá dado o recado, pessoal.
Salut!


quarta-feira, 10 de setembro de 2008 - por Thiago

Montreal e as bicicletas

São muitas mesmo, e pela cidade inteira. A foto aqui ao lado foi tirada hoje em frente ao prédio onde eu trabalho. Vocês estão achando que eu trabalho na China? Não mesmo! Montreal é uma cidade que respeita muito a natureza, e andar de bicicleta é muita saudável tanto para o ciclista, quanto para o planeta Terra.

A cidade possui muitos espaços reservados para ciclistas, patinadores e afins. Em português chama-se ciclovia, mas aqui, em francês, chama-se piste cyclable, o que no final dá no mesmo, não fosse pelo fato de que aqui as ciclovias realmente existem.

Todas as grandes avenidas da cidade possuem uma ciclovia nela ou próxima a ela. Grande parte das vias secundárias estão no mesmo esquema e algumas ruas pequenas também acompanham o ritmo. Isso dá no final das contas muitos e muitos quilômetros de pista reservada aos ciclistas e patinadores, e o povo aproveita mesmo indo pro trabalho, pra escola e para os centros de lazer, tudo na base da pedalada "literal". Os estabelecimentos também estão preparados para as bikes, deixando bibicletários para que todos possam estacionar suas magrelas. E se mesmo assim não tiver espaço, o povo sai acorrentando as bikes em postes, árvores e grades.

Um revés: quem já andou de bicicleta sabe como o banquinho machuca as partes baixas, e quanto mais você anda com com a bike, pior vai ficando. Para contornar isso o povo aqui investe em banquinhos anatômicos e agradáveis de se sentar. Legal né? Bastante, não fosse o fato de que isso desperta a cobiça dos que não tem bancos tão legais assim, o que causa a modalidade de roubo mais comum em Montreal, que é o roubo de banquinhos de bicicleta. Isso mesmo minha gente, o que mais se rouba aqui não são nem carros nem motos, nem sequer bicicletas, mas só os banquinhos das bikes. Loucura né? O pessoal se protege levando o banquinho da bike consigo depois de estacioná-la, mais ou menos como fazemos com as frentes do som de nossos carros aí no Brasil.

Termino contando que também entramos na dança e compramos as nossas bikes, e logo logo vocês vão ver fotos delas aqui no Blog.

Você pode encontrar um mapa das ciclovias de Montreal aqui. O mapa é um pouco antigo, e por incrível que pareça a ciclovia hoje é pelo menos 10% maior do que o que está aparecendo aí no link.

Salut!


segunda-feira, 8 de setembro de 2008 - por Thiago

O primeiro dia de trabalho

Pronto, comecei. Faz tempo que eu não trabalho regularmente e remuneradamente (o meu último dia como trabalhador de fato foi em 20 de maio desse ano) e eu já estava começando a perder o ritmo, ainda mais com essa loucura toda de casamento, imigração, apartamento para arrumar e tudo o mais. Vocês acham que fiquei descançando esse tempo todo? Que nada! Só tinha desascotumado com roupas de trabalho e horários.

Cheguei na Momentis às 8:20 da manhã e esperei um pouquinho até que alguma alma vida chegasse para me receber. Aqui em Montreal o pessoal não é maluco por trabalho igual a uns e outros que vemos no Brasil, e acho que é por isso que gosto tanto daqui. Umas 8:40 chegou a Karen Meehan, que foi a minha recrutadora durante todo o processo. Ela me apresentou para todo mundo e eu já descobri que tem mais dois brasileiros trabalhando lá também, o Fabio e o Flávio. Ainda bem que não estou sozinho nessa.

Hoje também foi o primeiro dia de uma chinesa, que vai trabalhar mais ou menos na mesma equipe que eu. Eu digo 'mais ou menos' porque ainda não sei exatamente no que vou trabalhar, mas acho que vou fazer implementações/correções nos sistemas que a Momentis possui. O nome da chinesa é Lin Quiao e eu fico impressionado com o fato de todos os chineses e japoneses daqui de Montreal possuirem uma cara de assustado de dar pena em qualquer um. Quem sabe um dia eles criam coragem para levar uma vida diferente da chinesada do Brasil, porque aqui eles podem.

Passamos a manhã conhecendo a galera e os sistemas da empresa, e tenho que admitir que essa segunda parte me deu um sono danado, mas agüentei firme para não dar bandeira logo no primeiro dia, mas POW, o cara fala mó baixo e ainda fica com aquele assunto chatíssimo de nomes de servidores e tudo o mais? Tem que ser muito corajoso para não dormir.

Almocei na Deli que tem no andar térreo do prédio, e descobri que o melhor mesmo vai ser levar a marmitinha todo dia e esquentar no refereitório, que é o que quase todo mundo faz. O refeitório tem forno de micro-ondas para esquentar a marmita e ainda máquinas de refrigerante e salgadinhos, mas essas você tem que pagar para usar. Além do micro-ondas, o café e o leite também são de graça, e eu ganhei até uma canequinha para tomar também,  mas ainda tenho que descobrir o que eu vou colocar dentro dessa caneca.

Findado as palestras, apresentações e descobertas culturais do dia, passei o restante da tarde fuçando nos sistemas que eu tinha aprendido durante a manhã, e também fiz testes com meu email, meu ramal e meu computador. Como era de se esperar, a mesa estava beeeeem suja e eu vou precisar dar uma bela limpada nela para ficar minimamente aceitável, mas só de pensar que eu tenho um monitorzinho de 21 polegadas, já fico mais sossegado.

Bem, amanhã espero começar a colocar mais a mão na massa, e estou achando que vou aprender muito nessa empresa, pois eles utilizam a fundo a tecnologia que está disponível para utilização geral, e eu acho que nunca estive em uma empresa que realmente pratica isso. Muito bom né? Lá vem coisas para estudar e aumentar o currículo, mas isso é ótimo!

Espero poder contar mais novidades em breve, porque agora eu estou precisando dormir e nem que eu tivesse mais coisas para contar, acho que não lembraria.

Um abraço a todos!
Salut!

ps - a foto lá em cima é da minha mesa mesmo. Tirei hoje, mas ela vai mudar bastante depois que eu limpar e colocar minhas tralhas... aí quem sabe mando outra foto ;)


quarta-feira, 3 de setembro de 2008 - por Thiago

Apresentando Montreal - Parte 1

Mes amis,

Vou tentar começar uma série aqui no blog que se chama Apresentando Montreal, e essa série vai tentar mostrar como é a nossa vida em Montreal, pelos meus olhos, é claro. Acredito que nem de perto vou conseguir dispor tudo o que essa cidade tem, mas quem sabe eu consiga dar uma idéia para quem nunca esteve aqui, beleza? Vamos lá:

Este predinho da esquerda é onde nós (eu e Mirian) moramos. Os Fabis e o Nellyr também moram nestes predinhos e é muito legal ser vizinho deles, pois amigo brasileiro por perto sempre é uma mão na roda.

O nosso apartamento mesmo você não está vendo, pois ele fica na parte de trás do edifício, o que é uma pena, pois a avenida que moramos é bem simpática e fica de frente com o Estádio Olímpico de Montreal, que por si só já é um arraso, com toda a sua estrutura aberta ao público todos os dias do ano.

Para vocês terem uma idéia do que estou falando, dá uma olhada no nosso pequeno 'quintal' que possuímos na frente de casa, nesta foto na direita.

Eu moro aqui mas ainda me impressiono com a grandiosidade do estádio e de como ele pode ser um patrimônio tão limpo e bem cuidado por todos, para o benefício de nós mesmos. Acreditem em mim quando eu digo que não tem preço possuir um quintalzão como esse.

Só para finalizar essa babação de ovo da minha casa, o Estádio Olímpico vem acompanhado do Biodome - que é um museu de vida natural - um cinema, um centro esportivo e duas estações do metrô (Pie IX e Viau). É mole ou quer mais? Pois é gente... a coisa aqui é legal hehehe.

Continuando, vou mostrar para todos que vivem me dizendo que aqui no Canadá eu devo enfrentar neve até verão, que a coisa não é nem assim.

Esta foto minha e da Mirian numa super PISCINA, foi tirada na casa da Nichole e do Michel, um casal de amigos quebecois amigos que conhecemos na igreja, e que nos convidaram para uma tarde agradável na piscina que eles possuem no fundo da casa deles. Neste dia o calor estava perto dos 35 graus Celsius e esse mergulho foi muito mais que bem-vindo. Espero receber mais convites como esse até o verão acabar. O pessoal do Centre Il Est Écrit de Montreal são muito agradáveis é é sempre um prazer poder passar uma tarde com eles, e essas tardes quase sempre se transformam e noitadas pelas badalações SADIAS da cidade.

Um exemplo de como esse povo é gente fina foi o último almoço do sábado, onde os homens foram os totais responsáveis pelo almoço da galera. E vocês estão achando que rolou um pão-com-ovo para todo mundo? De jeito nenhum! Rolou um crêpe genuinamente francês, mas com alguns quitutes brasileiros inclusos, e posso falar a verdade? Ficou muito bom! Até a mulherada elogiou o nosso repas que ainda teve direito a crêpre doce... muito bom! A foto ao lado é da galera que se reuniu para fazer o crêpe acontecer. Da esquerda para a direita, Johnny, Jerry, Eu, Steve e Silvio (agachado).

Agora, se formos falar de risadas, tenho que contar do Nellyr e da Turma do Rena em Quebec. Esse pessoal é muito legal e eu e Mirian devemos muito do nosso atual conforto a eles. São sempre muito prestativos e nos ajudaram em tudo, T-U-D-O que precisamos até agora.

Há dois domingos atrás foi o aniversário do Nellyr, na casa do Luiz Claudio e da Dani. Muita comida e bebida e sempre o Nellyr aprontando alguma. E dessa vez foi o dente postiço que ele comprou na Dollarama, que rendeu muitas, mas muitas risadas em todo mundo que se atrevia a olhar para aquela cara assustadora. Para um imigrante, ter amigos não tem preço, e estamos muito gratos por termos arrumados amigos tão bons assim aqui.

Para terminar por hoje (porque está cansando já), preciso contar que as nossas experiências culinárias estão indo realmente longe, e mesmo sem saber muito o bem o que fazer com a comida que temos na geladeira, não é que o rango está saindo aqui em casa?

A foto da esquerda é do nosso café da manhã de hoje, especial pois hoje completamos 1 mês de casadinhos, e a foto da direita é da nosso jantar especial, que foi composto basicamente de massa ao molho sugo (molho este feito por nós) e uma saladinha.

Querem saber? Eu e Mirian juntos conseguimos fazer acontecer na cozinha, e isso é um grande alívio pra gente. É claro que ainda falta aprendermos muita coisas, como por exemplo tirar um melhor proveito dos legumes e verduras que temos na geladeira, mas só de sentir que não estamos precisando comer pão com manteiga todos os dias nas refeições, já consigo dormir mais sossegado.

Bem gente, vou ficando por aqui, e espero voltar logo para contar como foi o meu primeiro dia de trabalho, na segunda-feira que vem.

Um abraço a todos!
À là prochaine!


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