sexta-feira, 7 de janeiro de 2011 - por Thiago

Havana - Cuba - Parte 3 (final)

Durante a nossa semana de férias capitalistas em um hotel de luxo no Caribe (quem vê, pensa), tiramos um tempo considerável para conhecer o tão falado comunismo cubano, sua gente, sua filosofia e seu modo de vida geral. Pessoalmente, não posso dizer que virei um expert em sociologia cubana e muito menos um expert em comunismo aplicado, mas pelo menos pudemos ter uma percepção geral de como os cubanos vivem a vida, e também de como encaram essa realidade.

Para isso, fizemos amizade com muitos cubanos que trabalham no hotel, e isso nos rendeu um passeio para Havana, a capital do país, com um guia particular. Não posso mencionar o nome dele e nem colocar uma foto dele aqui, já que o que ele fez é tecnicamente ILEGAL, pois em Cuba só o governo (na figura do exército cubano, que controla a rede turística) pode fazer passeios guiados pelo país, e os cubanos não podem, a rigor, nem sequer serem pegos andando ou abordando turistas estrangeiros. Muito bem, pegamos nossas coisas e fomos para nossa excursão.

Passear em Havana é como voltar aos anos 50, com a diferença que nada foi mexido muito por lá desde aquela época. O resultado é que o estilo colonial está ali, claro e de fácil identificação, mas totalmente deteriorado pelo tempo e falta de recursos. O povo todo vive em uma condição mais ou menos parecida, pagando na maioria das vezes aluguel para o governo que detém todos os edifícios do país. Alguns possuem casas, mas é pouco comparado com o total da população.



Nosso guia nos levou para dentro dessa realidade, e passamos o dia andando por vilarejos e ruelas onde normalmente só os cubanos possuem acesso. Pessoalmente achei a experiência fantástica, mas não posso negar que meus instintos paulistanos ficaram apitando tão forte dentro de mim que só consegui aproveitar realmente do passeio quando já tínhamos passado da metade. Fizemos o passeio no domingo, então as ruas estavam quase todas cheias de gente indo de lá pra cá, batendo papo ou jogando dominó com os amigos e outras coisas que qualquer pessoa normal faz aos domingos.

No final do passeio passamos pela parte da cidade "para inglês ver", e lá tudo é muito mais bonito e organizado. Nesta altura já nem tinha graça passar por lá e ver que aquilo não era nem um pouco o reflexo da vida da população, mas como precisávamos fazer o percurso, aproveitamos para tirar fotos das igrejas e edifícios antigos que encontramos. Importante mencionar que entre cada atividade, sempre achávamos alguém precisando/pedindo/solicitando uma gorjeta, e tenho que confessar que isso acabou nos chateando no final do passeio, quando o dinheiro havia acabado.

Havana histórica. Bonita, de fato.
No final do dia retornamos cansados mas felizes ao hotel, onde passamos o restante de nossa estadia antes de voltarmos para o frio canadense. Espero que possamos retornar ao Caribe logo, quer seja no comunismo cubano ou no capitalismo do resto dos países que ali se encontram.

Salut!

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