segunda-feira, 29 de junho de 2009 - por Thiago

Zidane em Montreal

Tem coisas na vida que a gente faz, mas não entende muito bem o porquê. Zinedine Zidane, nosso carracasco de duas Copas do Mundo, veio aqui pra Montreal em uma partida beneficente para a Unicef, e eu corri para comprar os ingressos para assistí-lo junto com a galera. Até aí tudo bem, ainda mais porque o domingo estava lindo, com muito Sol e calor (que demais esse calor aqui!!) e o dia não podia ser mais propício para uma bela partida de futebol. O estádio Molson (de futebol americano, como vocês podem notar pela foto) estava cheio de gente com camisetas majoritariamente do Real Madrid, da França e da Argélia.

- ARGÉLIA??????

É isso mesmo galera. O cara é nascido na França, mas seus pais são argelinos e isso é o maior orgulho que aquele país africano tem em toda a sua história. A comunidade argelina em Montreal compareceu em peso com bandeiras nacionais e homenagens ao ídolo. Agora, o sentimento de euforia do estádio quando o cara entrou em campo, em mim e no resto da brasileirada que lá estava transformou-se em quase sentimento de desespero.

Foi ele aparecer no campo que aquele filmezinho com as duas derrotas começou a passar pela minha cabeça, e eu fiquei um bom tempo me perguntando o que eu estava fazendo ali, aplaudindo um dos maiores estraga-prazeres da felicidade brasileira. Esse sentimento continuou forte mesmo depois que o jogo começou, pois a torcida só faltava se jogar dentro do estádio a cada vez que Zizou encostava na bola.

Para piorar ainda mais a situação (como se isso fosse possível), o Brasil estava jogando e perdendo dos Estados Unidos na Copa das Confederações, e o sentimento de que eu deveria estar lá em casa, assistindo ao jogo, ao invés de ver aquele cretino, miserável e disgrenhento (para não descer muito o nível) o craque francês debaixo daquele Sol todo estava chegando no seu máximo.

Mas o meu Brasil não me deixou na mão dessa vez, e quando ficamos sabendo que a seleção tinha virado o jogo (pois estávamos iphonando a partida), fiquei muito mais aliviado e comecei até a torcer para o Zidane acertar uns dribles em campo, pois francês careca nenhum ia tirar a minha alegria daquele momento em diante.

Mas não é que o danado joga um bolão? Tudo bem que o time adversário era a equipe da polícia de Montreal, que como vocês podem imaginar não é muito craque de bola, mas mesmo assim as firulas e os passes do francês foram realmente de dar gosto de se ver. No final do jogo ainda tivemos os clássicos invasores de campo tentando abraçar o ídolo, que depois foram ovacionados pela turba enlouquecida.

Final de jogo, 10 x 0 para o time do Zizou, saímos felizes e terminamos a tade dando uma passada básica no Boustan para recarregar as baterias (e o estômago) porque ninguém é de ferro né? Quem sabe, se me der a louca novamente, eu entro em um estádio para ver alguém tão mal visto pela sociedade brasileira. Câline...

Salut!

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