quinta-feira, 14 de agosto de 2014 - por Thiago

Alegria nas férias

Tudo bem que amanhã faria um ano que este blog está no silêncio, mas a vida vai tomando outros rumos e fica muito difícil conciliar tudo, ainda mais quando as novidades que antes saltavam aos olhos, já não ficam mais tão noticiáveis assim, pelo menos do meu ponto de vista. Mas as últimas férias no Oeste Canadense foram tão sensacionais que eu gostaria de deixar com vocês um pouco dessa alegria. 
Um, dois, três, pula!
E posso dizer que a gente estava muito mais animado que esse GIF aí. E é só clicar nele pra ver a gente pulando em tamanho maior ;-)

Salut!

quinta-feira, 15 de agosto de 2013 - por Thiago

Canadá 2 por 1

Uma das minhas filosofias de vida é "Pra quê gastar para se ter algo quando você pode não gastar para se ter algo?". É com essa idéia na cabeça que eu compartilho com vocês essa promoção animal que o pessoal da Keep Exploring está fazendo para atrair brasileiros para o Canadá.

Se você comprar um pacote até o final desse mês, pode receber descontos de até 50% para conhecer este país tão bonito e simpático em que eu moro. O Canadá já é um dos destinos mais baratos que você pode arrumar por aí, e com esse esquemão então, a coisa fica meio imperdível!

A Comissão de Turismo do Canadá (que é a proprietária do Keep Exploring) resolveu fazer essa promoção em parceria com as empresas aéreas e hoteleiras canadenses para realmente incentivar o turismo brasileiro por aqui, que mesmo crescente ainda é bem pouco expressivo, comparado ao volume de brasileiros que vão para outros países gastar seu rico dinheirinho.

A promoção tem pacotes para quem quiser vir para o Quebec, para Ontario, para Alberta, para Columbia Britânica e até mesmo para aqueles que quiserem ir para todos esses lugares numa tacada só! Se você ainda não decidiu onde passar as férias, eu agarantchiu que esse será inesquecível!

Eu até já tinha feito o jabá da minha cidade aqui no blog, neste post aqui, com vídeos e tudo o mais. Agora, não tem mais desculpa para não vir me visitar :)

O que você acha do turismo no Canadá? Tem vontade de fazer?

terça-feira, 6 de agosto de 2013 - por Thiago

Idioma no processo de imigração - Eu avisei!

Ontem mesmo eu descorri aqui sobre parte da minha experiência com a questão dos idiomas aqui no Québec. Por uma meia conhecidência, o assunto está em pauta nas mídias daqui também, pois o Ministério da Imigração do Québec divulgou um comunicado semana passada para informar ao mundo que o processo de imigração acaba de ser revisado e modificado, e entre tantas modificações, adivinhem, está o domínio do idioma francês.

Se não fala, melhor estudar mais um pouco...

Os níveis da língua de Molière, que até então eram aceitos a partir do "Intermediário Baixo" agora serão somente aceitos a partir do "Intermediário Avançado" - um salto que, na minha época de curso de francês, representava um ano a mais de estudos.

Aqui a discussão é se o Québec deveria exigir também algum conhecimento de inglês, principalmente para aqueles que decidem se estabelecer aqui em Montreal, onde a comunidade anglófona (com todas as suas demandas) é grande e muito expressiva. Contudo, sem entrar nos méritos da questão bilinguista da Belle Province, eu acho que esse aumento nas exigências deveria ter sido aplicado muito antes, já na época que eu passei pelo processo. O domínio do idioma é fundamental para quem quer vir para cá e ser respeitado pela sociedade. Negligenciar esse aspecto é loucura.

O Ministério da Imigração gastou muito dinheiro esses anos todos com os programas de francisação para imigrantes por aqui, e pelo visto essa é uma verba que eles estão afim de economizar daqui pra frente, e com toda razão (afinal, sou eu que pago essa galera toda com meus impostos). Com isso mais pessoas vão chegar aqui prontas (ou quase) para o mercado de trabalho, o que é bom pra todo mundo.

Deixe nos comentários aqui embaixo sua opinião a respeito das novas regras de imigração!

ps - O comunicado completo do MICC está lá no site deles.
ps2 - Sim, quando eu recebi minha aprovação no processo de imigração, meu francês já era "Intermediário Avançado". Só pra deixar claro ;-)

segunda-feira, 5 de agosto de 2013 - por Thiago

Emprego rima com idioma

Sorria! Você está sendo avaliado.
E se por acaso o título deste post não é necessariamente válido quando se considera o som das palavras, tenha a certeza de que ele é muito válido quando se considera a realidade de um imigrante à procura do tão sonhado primeiro emprego. Todo mundo fala que eu sou um sortudo por ter escolhido a área de informática e que é por isso que eu não tive muitas dificuldades para me encaixar profissionalmente no Québec, e eu não posso mesmo dizer que a informática não seja um área muito boa aqui nesta província, mas NEM DE LONGE esse foi o único fator de sucesso no meu caso. Eu explico com um exemplo que ocorreu comigo na semana passada, lá no meu trabalho.

Meu chefe decidiu que minha equipe precisava de mais uma pessoa, e quando isso acontece inicia-se a tão famosa procura por alguém que vai fazer o coração do futuro chefe bater mais forte, com análises de currículo, entrevistas por telefone, entrevistas em pessoa e tudo o mais que vocês já conhecem bem. Eu não faço parte do comitê selecionador [ainda], mas volta e meia eu ia conversar com o meu supervisor sobre o andamento das entrevistas, só por curiosidade. A resposta que ele me deu a uma das entrevistas, segue mais ou menos transcrita aqui para vocês:
Hoje fizemos uma entrevista muito boa, com uma mocinha que vem do Peru. Os conhecimento técnicos dela eram perfeitos para as nossas necessidades, mas eu senti um problema potencial: ela está aqui há muito pouco tempo, só um ano e meio, e o seu francês não é completamente fluente. Percebe-se claramente que ela traduz do espanhol para o francês na cabeça dela, antes de falar. Tenho medo de que ela não consiga interagir com a equipe o tanto que eu gostaria que ela pudesse interagir, então acho que vou ter que continuar procurando.
Vocês perceberam o que aconteceu? Uma pessoa que possuía plenos conhecimentos técnicos para a vaga a ser preenchida, foi barrada, mesmo na área de informática, por conta de idioma. Eu sempre soube disso, porque já passei por muitas entrevistas de emprego e senti na pele como é ser avaliado em uma língua que não é a sua, mas ainda existe muita gente (e talvez um deste seja você, que está lendo esse post) que acha que só porque sabe conhece sua área profissional, pode passar por cima do aspecto mais fundamental da vida em sociedade, que a comunicação.

Resumo da ópera, meus caros: não se iluda. Eu estudei muito francês para me dar bem nas entrevistas, e não fiquei chorando meses e meses de desemprego antes de encontrar meu lugar ao Sol. Pode parecer orgulho próprio, mas nesse caso em especial é realmente um serviço que estou prestando a você que está com planos de mudar de vida. APRENDA O IDIOMA ANTES DE SAIR DE ONDE VOCÊ ESTÁ, senão você vai chorar muito, MUUUUUITO, quando chegar aqui. E acredite em mim quando eu te digo que já muita gente chorar de verdade.

Se liga ;-)

quarta-feira, 24 de julho de 2013 - por Thiago

Venha trabalhar no Quebec!

O processo de imigração no Canadá ainda é uma realidade. São poucos os países que aceitam imigrantes com tanta alegria quanto este país em que vivo, mas hoje em dia a situação não está mais tão simples como na época que decidi me mudar pra cá. Os campos profissionais aceitos estão cada vez mais restritos, sem falar no tempo de processamento dos pedidos que está a cada dia mais lento e demorado.

Contudo, o Canadá ainda é um país que necessita de muita de mão de obra QUALIFICADA. Sério, se você é bom o suficiente, e fala a língua dos caras aceitavelmente bem, as portas estarão abertas para você por um bom tempo.

E é essa lógica que o programa Québec na Cabeça está seguindo. As empresas da Ville de Québec, capital da província, estão precisando de muitos profissionais, e enquanto o processo de imigração está um pouco lento, este programa, através da organização Québec International, contrata e agiliza o visto de trabalho para gente qualificada, e aí você pode vir pra cá já trabalhando e daqui mesmo disparar seu pedido de residência fixa. Vai falar que não é tentador?

O Diego já correu pro abraço!
Se você trabalha na área de TI e USINAGEM, fala du bon français e tem espírito de aventura, esse post foi feito pra você. Mas corra! As candidaturas serão recebidas até dia 22 de agosto! Entre no site e se informe direitinho sobre o que você tem que fazer para se sair fantasticamente bem no processo e arrumar uma boquinha por aqui!

Acompanhe o programa também pelas redes sociais:

https://www.facebook.com/quebecentete
https://twitter.com/quebecentete

Arrepia no francês aí e boa sorte!

terça-feira, 23 de julho de 2013 - por Thiago

Lac Mégantic - Correndo pela vida

Correndo pela vida!
Existem muitas, mas muitas cidades bonitas na província do Québec, e Lac Mégantic é uma delas. Localizada 250 km a leste de Montréal, a cidadezinha encanta pelas belezas naturais (o lago em si) e pelo charme no estilo "casinha de boneca".

Mas algo terrível aconteceu. Um trem carregado de petróleo explodiu bem no meio da cidade, causando uma destruição terrível e, até agora, 47 pessoas mortas. Mais da metade da cidade está fechada e as pessoas que moram lá não poderiam estar mais tristes e desesperadas por terem perdido tanta coisa, inclusive pessoas que amavam.

Foi então que um abençoado teve a idéia de fazer uma corrida comemorativa-beneficente, para angariar fundos para a Cruz Vermelha que está lá ajudando os que precisam, mas também para dar uma animada neste povo que só chorou nestas duas últimas semanas. A corrida não teria ganhadores, nem troféus, nem medalhas. Só pessoas de boa vontade correndo para ajudar. Nem sequer o correr era obrigatório (você poderia andar se quisesse). Tem como não gostar da idéia?

E quando tem alguém precisando de uma força, lá estão Thiaguinho e Mirianzinha! Claro que sempre que possível tentamos levar amigos para as nossas aventuras, e dessa vez a Kenia e o Daniel estiveram com a gente. Saímos de Montreal 8h30 da manhã e quase três horas depois chegamos ao nosso destino, prontos para a corrida.

Chegamos! Boa!
O Sol estava forte e decidimos que correríamos o trecho menor de 4km, mas a grande maioria dos corredores escolheu o caminho maior de 12km, que saiu da cidade ao lado, Nantes. Uma hora depois que o pelotão maior saiu de lá, nos encontramos e corremos juntos até a linha de chegada, já em Lac Mégantic. Havia mais ou menos 1200 corredores ao total, somando aqueles que correram e aqueles que apenas andaram. Na primeira linha do pelotão, correndo junto com a gente, estava Georges Laraque, estrela do time de hóquey de Montréal.

Georges Laraque e as meninas
Chegando lá, fomos recebidos pela população que aplaudia os corredores e estendia as mãos para nos comprimentar com high-fives e na linha de chegada a própria prefeita da cidade, madame Colette Roy Laroche, agradeceu muito a presença e a força de todos com um grande "Je vous aime!!" ao final do discurso. A Cruz Vermelha estava lá recolhendo as doações também.

Na saída, os ônibus escolares da cidade levaram todo mundo de volta ao ponto de largada, onde os carros ficaram estacionados, e assim todos puderam retornar em paz e segurança para casa, depois de um dia tão diferente e especial para todos. O evento deu tão certo que a prefeita vai propor que a corrida seja anual, entrando assim para o calendário do esporte e da solidariedade do Québec.

Magog
Na volta pra casa, ainda demos uma passada em Magog, já que fica bem no caminho. Magog também possui um lago, e como não podemos ter acesso ao Lago de Lac Megantic por conta do acidente, conseguimos matar a nossa vontade de um mergulho no lago Memphrémagog.

Fazia tempo que um dia não era tão prazeiroso, produtivo e recompensador. Minhas orações estão com os enlutados de Lac Mégantic. Que Deus possa confortar seus corações.

quarta-feira, 3 de julho de 2013 - por Thiago

A primeira festa do Canadá, a gente não esquece

Ninguém tá vendo nada. Certeza.
Eu sei que você deve estar confuso por conta desse título, já que estou por aqui há 5 anos, mas por incrível que pareça, no último dia primeiro de Julho eu participei da minha primeira festa em comemoração ao aniversário da Confederação Canadense. Calma que eu explico tudo.

Como você já deve saber a esta altura do campeonato, eu moro na província do Quebec, que é a única do país com tradição essencialmente francesa, ao contrário do resto do país que tem tradição essencialmente inglesa. Eu não vou entrar nos pormenores desta questão, pois isso me levaria realmente alguma milhares de linhas para explicar e debater (sem ainda chegar a uma conclusão concreta), mas para encurtar a história, o pessoal da minha província não se sente tão canadense quanto o resto do país. Para eles, o Quebec é uma coisa, e o Canadá é outra.

To serve and protect.
Por conta disso, o dia que os caras mais comemoram aqui é exatamente uma semana antes do dia 1 de julho - o dia de São João Batista (ou Saint Jean Baptiste), comemorado dia 24 de junho. Esse dia sim é o verdadeiro feriado nacional desta província, mas como hoje o assunto é outro, também não vou me delongar neste ponto.

Como eu sempre passei todos os dias do Quebec festejando por aqui, esse ano eu resolvi ver com meus próprios olhos como o resto do país comemora o dia do Canadá, e para isso peguei estrada com Mirian e nossos amigos Julianne e Gregory e fomos todos juntos para Ottawa, a capital do país, e lá encontramos nossos amigos Lineker (que está morando lá durante o verão e nos garantiu a estadia) e Keila.

Eu valho só isso.
E não é que esse povo também sabe fazer uma festinha danada de agradável? A cidade de Ottawa por si só já é uma belezinha, e tão limpinha que dá até raiva. Eu já tinha ido pra lá várias vezes e sempre me impressiono com a organização da cidade. A cereja do bolo neste dia de festa é que, pra começar, os museus da cidade são gratuitos, e aí não tem como não aproveitar para conhecer o Museu da Guerra, que era uma das minhas pendências na cidade, e também fazer bem feito o tour da Casa da Moeda, onde eu pude segurar uma barra de ouro que custa nada menos que 500 mil doletinhas.

Greg já entrou no espírito da coisa.
Mas nem só de visitas a museus vive uma cidade em dia de festa. Em frente ao parlamento, um palco enorme foi montado para a celebração, que teve participação do primeiro ministro Stephen Harper, do governador geral David Johnston, do meu herói nerd - o austronauta Chris Hadfield, da cantora Carly Rae Jepsen, e de mais um montão de artistas e celebridades canadenses dando uma palhinha no palco, para delírio da galera que estava ali. Fomos ao show do meio-dia, mas ainda teve ainda um repeteco às 7 da noite, com direito a show de fogos e tudo o mais (mas isso a gente perdeu...)

Bonne fête du Canada à tous!
Além de tudo isso, muuuuita gente na rua vestida de vermelho, branco e folhinhas de maple passeando pelas ruas fechadas do centro da cidade. Tudo na maior tranquilidade, segurança, alegria e tudo o mais que a gente só consegue encontrar nesses países de ponta. Preciso muito confessar que fiquei feliz em sentir que faço parte disso tudo. Depois de tanto tempo, eu realmente me sinto em casa no Canadá, pois afinal é isso mesmo que ele é pra mim.

Estou seriamente tentado a não mais perder as festas do Canadá. Gostei muito e quero voltar sempre que puder. Quem quiser nos acompanhar, só levantar a mão.


Eu esqueci! Eu esqueci!


terça-feira, 18 de junho de 2013 - por Thiago

It's not about the money, money, money...

"Pátria amada, Brasil!"
Ou, melhor dizendo, não SÓ sobre isso.

Eu posso estar sendo um pouco repetitivo, mas a esta altura do campeonato não faz mais muita diferença. Eu não achei que viveria para ver o que estou vendo nas ruas do Brasil, e espero do fundo do coração que essa chama não se apague tão rápido quando a festa de carnaval de todos os anos.

Quando eu decidi sair do Brasil, na crise do PCC em 2006 que rolou em São Paulo, eu simplesmente joguei a toalha e pedi pra sair. Eu não achava (e, sinceramente, ainda não acho) que o país que teve a felicidade de me ter como filho um dia ia mudar a sua cara e se tornar o país que eu gostaria que ele fosse. Conheço muitos que falam mal do Québec e tudo o mais, mas a minha memória não é ruim e eu sei muito bem o que deixei pra trás. E só ganhei com isso.

Mas agora o povo brasileiro se levanta, não somente pra torcer pela seleção brasileira ou pra acompanhar o último capítulo da bendita novela das 9, mas para clamar por mudança. O motivo, a gota d'água, o estopim ou o que quer que você queira chamar, foi o aumento de míseros 20 centavos na passagem do transporte "público". Mas você acha mesmo que um país inteiro se levantaria por conta de 20 centavos? Pois é, reveja os seus conceitos.

Aqueles que, como eu, pediram pra sair deste país que mais maltrata seus filhos que outra coisa, na verdade continuam sendo filhos desta pátria, e mesmo de longe, não fogem à luta. A comunidade brasileira aqui em Montréal (e arredores) não deixou passar a oportunidade para expressar o apoio e mandar aquele força para os manifestantes no Brasil. Claro, não foram todos os brasileiros que compareceram (quem dera fosse), mas estes que não se mexeram aqui não teriam se mexido aí também, então tá tudo certo.

Mesmo embaixo de chuva, levamos nossos cartazes, pintamos a nossa cara e gritamos em português, inglês e francês para que todos entendessem porque essa gente bronzeada está mostrando seu valor, porque a hora realmente chegou. No que depender da gente, essa revolução não vai acabar tão cedo.

E este é o vídeo do meu brother Igor Correia, que merece ser bem mais compartilhado que o meu.

Outras manifestações estão previstas para Montreal, e sempre que tivermos novidades por aqui, eu mando pra vocês.

#VEMPRARUA #OGIGANTEACORDOU #CHANGEBRAZIL

sexta-feira, 8 de março de 2013 - por Thiago

Dia da mulher - homenagem do dia

Anita Sarkeesian - a própria
Hoje é o dia internacional da mulher, e pessoalmente eu acredito que só a própria existência/necessidade de um dia como esse já nos diz o quão longe nós estamos da solução do problema. A segregação existe e é muito triste de se ver, tanto na maneira escandalosa com que o brasileiro a demonstra, como nas maneiras mais sutis desenvolvidas pelos países de primeiro mundo.

O blog Do Brasil ao Québec faz homenagem hoje à uma mulher, blogueira, canadense, feminista e ativista, mas tudo isso SEM FRESCURAS, Anita Sarkeesian. A biografia dela (com exceção da idade, hehehe) está toda na Wikipédia, mas como não tem em português eu vou dar uma palhinha pra vocês.

Anita nasceu em Toronto, de pais armênios, mas mudou-se com seus pais para a Califórnia, onde realizou seus estudos e tirou seu mestrado com uma tese chamada, em tradução livre, "Vou fazer de você um homem: Mulheres fortes em ficção científica e fantasia televisiva". A afinidade de Anita com esse tema da mulher na mídia fez com que ela criasse um blog e um canal do Youtube, ambos em análise do papel da mulher nos meios mediáticos, principalmente livros, filmes e video-games.

Dá pra entender o propósito do estudo, não? (clique para ampliar)
Lá pelos idos do começo do ano passado, Anita decidiu ir além com seu projeto e criou uma conta no Kickstarter para financiá-la em um projeto de análise aprofundado e conclusivo sobre a figura feminina no universo dos video-games, desde os primórdios até a atualidade - o Tropes vs Women. Só pela coragem da mina em se dedicar profissionalmente a esse tipo de atividade, eu já tiro o meu chapéu, mas bom seria se a história tivesse sido só isso.

Logo que Anita começou sua campanha, uma outra campanha MASSIVA na internet iniciou-se para desmoralizá-la. Os imbecis tentaram fechar as contas de Anita do Twitter, Youtube, Facebook e do próprio Kickstarter, criaram diversas imagens da Anita sendo estuprada por personagens de video-games (!?!?!?) e, é claro, enviaram pilhas e pilhas de ameaças de assassinato, estupro e ofensas pelas redes sociais. Tudo isso, antes mesmo que Anita tivesse dado qualquer opinião a respeito do assunto (!!!).

Anita trabalhando, em seu canal do Youtube.

Agora você pode tentar argumentar: "Mas Thiago, quem liga pros pitis que os adolescentes viciados em video-games e internet dão?" Olha, eu acredito que todo mundo, mesmo adolescentes retardados, deveriam ter um mínimo de educação e respeito dentro da sociedade, mas o pior de tudo isso é que grande parte dos ataques enviado à Anita foram de adultos na faixa dos 25-35 anos, que hoje são a maior faixa etária dos gamers na América do Norte (quiçá no mundo todo).

Graças a Deus, a história da Anita não acabou aí. Ela poderia estar matando, poderia estar roubando, ou poderia estar sentada em um cantinho chorando e reclamando pelo tanto de ataques que recebeu. Mas não, ela continuou firte e forte no seu ativismo e hoje ela conseguiu mais que 6 vezes a quantia inicial que ela esperava receber dos seus doadores/investidores e tornou-se uma profissional em período integral do tema. E as doações/investimentos continuam chegando :)

Boa, Anita! \o/ \o/

Demais, não? Para mim, uma feminista que quer ser respeitada, não é aquela que deixa os cabelos do suvaco crescerem ou que fica mostrando os peitos por aí, mas sim aquelas que são GENTE QUE FAZ, que não se intimidam com marmanjos idiotas tentando cercear suas liberdades e fazem desse mundo, um mundo DE FATO melhor. Parabéns Anita! Tamo junto!

Os vídeos abaixo estão todos em inglês, mas se você gosta de enfrentar a língua de Shakespeare, assita, porque valem a pena.



terça-feira, 15 de janeiro de 2013 - por Thiago

Engano? Não tem problema!

Foi mais ou menos isso que eu disse ontem (só que em francês, como é o praxe por aqui na maioria dos casos), quando recebi uma ligação de um senhor procurando alguém que definitivamente não era eu. Normalmente, a pessoa se desculpa pelo engano , delisga o telefone e a vida continua, certo? Bem, desta vez foi um pouco diferente.

O senhor em questão realmente se desculpou pelo engano e antes de desligar me alertou gentilmente para eu tomar cuidado com a gripe, pois viu que minha voz estava um pouco rouca. Eu agradeci e disse que já estava melhorando, mas aí ele disse que está uma onda terrível de grupe nestes dias e que todo cuidado é pouco, principalmente quando se tem a idade dele.

O fim? Nada disso. Logo depois ele meio que gostou do papo e eu não me recordo como ele passou do lance da saúde para começar a me contar sobre como seu pai veio da Acádia (hoje New Brunswick) para o Québec e que deixou um pedaço de terra bem generoso para ele e seus irmãos à beira do rio em Laval, e sobre como ele é feliz aqui no Québec podendo ver o Sol se por todo dia dentro do rio, olhando de sua janela.

Como a educação aqui neste história ainda é um ponto observado, o senhor me pediu desculpas de ter falado tanto sem nem saber se eu estava disponível para falar com ele, mas eu respondi que não tinha problema algum pois eu estava em horário de almoço (o que era de fato verdade). E porque não bater essa papo até o fim com este desconhecido, já que a vida tinha preparado um encontro tão inusitado como este?

Neste papo vai, papo vem, ele descobriu que eu sou brasileiro e me disse que gosta muito de ver na televisão quando passam notícias do carnaval do Rio (ah vá! é mesmo que é isso que gringo conhece do Brasil?) com a mulherada dançando semi-pelada na telinha, mas logo o assunto voltou para o sua casa e sobre como o seu pai construiu tudo aquilo há tantos anos atrás, e que tudo ainda está em perfeitas condições e blá blá blá.

Eu escutei bastante, sempre deixando alguns "sim, claro!", "que interessante!" e "compreendo perfeitamente" no meio do caminho para que o senhor não achasse que eu tinha desligado o telefone na cara dele, e ao final ele agradeceu muito o tempo que eu dispensei a ele e pela agradável conversa que tivemos. Eu também agradeci pela conversa e desejei um feliz ano novo a ele, que prontamente me achou muito gentil, retribuiu os votos e finalmente desligamos o telefone.

Agora, me fala a verdade, caro leitor: Não tem que amar esse povo doido daqui?

:)

terça-feira, 27 de novembro de 2012 - por Thiago

Wii mostrando quem manda de verdade

Não é todo dia que isso acontece, então quando acontece, a gente tem que tirar uma casquinha.

Normalmente, o mundo se limita a receber as depois (ou no máximo ao mesmo tempo) que elas estão disponíveis no Estados Unidos da América, aquele país rico e simpático. Filmes, iPods, iPads e toda a sorte de belezinhas tecnológicas são enviadas para o mundo depois que os americanos já usaram e abusaram da novidade. Em outras palavras, o resto do mundo fica com o resto.

Mas não hoje, amigos! A Nintendo anunciou que o Canadá e o CANADÁ SOMENTE vai receber para o Natal deste ano um novo modelo do antigo console Wii, menorzinho e colorido - o Wii Mini!

E é bonito, ainda por cima... :)
O console é mais barato e mais limitado que seu irmão maior, sem direito a acesso a internet e afins, mas como isso aqui não é site de tecnologia, eu estou pouco me lixando para isto tudo não vou ficar me delongando em especificações técnicas. O que importa é dizer que nós aqui no Canadá vamos ter uma versão única e bonitona de um dos maiores clássicos da era do video-game, e isso vai fazer muito colecionador ficar com muita inveja desta terra fria daqui do norte.

O que me intriga, contudo, é o motivo dessa manobra. O que será que fez a Nintendo escolher aqui, e somente aqui, para lançar essa novidade. Será que o mercado canadense é o maior consumidor de Wii, ganhando mesmo do Japão? Ou será que teremos por aqui apenas um laboratório para ver como esse lançamento se comporta frente aos seus consumidores? Respostas virão depois do intervalo comercial...

Agora você, caríssimo leitor, deve estar se perguntado: será que o Thiaguinho vai comprar um desses pra ele, já que está gastando um post do blog só pra isso?

Hmmmmmmmmmmmmmmm... não, na verdade ;-)

domingo, 11 de novembro de 2012 - por Thiago

E a cidadania progride!

Lembram quando eu mandei minha aplicação para a cidadania canadense, no começo de setembro de 2011, e que depois de um mês e meio eu recebi a carta de resposta do governo dizendo que o processo tinha sido recebido? Então, hoje eu descobri que quando os caras dizem que eles receberam o processo, eles querem realmente dizer que a única coisa que aconteceu foi o recebimento do pedido, e nada mais.

De vez em quando eu dou uma passada no site do governo para ver em que pé anda o meu processo, e por mais de um ano a única informação que aparecia era a mesmíssima imagem da minha postagem anterior. Qual não foi a minha surpresa que, ao olhar o site hoje de manhã, me deparo com essa imagem aqui:


Wow! Isso já foi um progresso, não foi não? Dá até um gosto de ver que os caras não jogaram meu pedido no lixo sem querer. A mudança de situação demorou exatamente 12 meses e 8 dias para acontecer, ou seja, por mais que pareça que está demorando, ainda estamos dentro do prazo inicial estipulado de 18 meses para a conclusão do processo. Hoje em dia, este prazo já está em 21 meses.

Quando eu clico na nova situação, olha só o que aparece:


Os caras receberam meu pedido em outubro do ano passado, mas só COMEÇARAM a ver do que se trata dia 8 de novembro deste ano! Dá pra acreditar que os caras tem a cara de pau de me dar uma notícia dessas? Só sendo muito sangue gelado mesmo pra agüentar esse tipo de emoção :)

So far, so good. Quando eu tiver mais novidades, conto pra vocês.

;-)

terça-feira, 30 de outubro de 2012 - por Thiago

A primeira multa a gente nunca esquece

Não, caros amigos. A primeira multa com um carro, eu recebi há muitos anos atrás, quando ainda estava morando no Brasil. Também não é a primeira multa que recebi dirigindo aqui em Montreal, porque esta também já faz algum tempo. Hoje eu ganhei a minha primeira multa andando a pé. Isso mesmo. A PÉ.

Quem me conhece sabe que eu sou um entusiasta da civilidade e de atravessar no sinal verde e tudo mais. Eu gosto das coisas feitas bem certinhas, pois se eu decidi mudar de país para um lugar melhor, espero que esse lugar melhor continue sendo melhor né? Se virar a mesma bagunça que o lugar do qual eu saí, pra que todo o perrengue?

Mas hoje foi um dia bem atípico, se posso dizer assim. O furacão Sandy deixou as suas rebarbas por aqui, e o vento está muito forte em Montreal. Some a isso o fato da rua na qual estava estar fechada para a circulação em uma das mãos, ou seja, só metade do tráfego está passando por ali. Imaginaram tudo isso? Beleza.

A cena toda é que eu estava de um lado da rua, com um vento que não é de Deus maluco batendo em mim. A rua estava bem tranquila pelo fato de só um lado estar circulando, então quando deu uma brecha bem sossegada, eu atravessei, mas não esperei o semáforo dos pedestres abrir. O problema foi que, além do fato de eu ter infringido a lei, um policial me viu atravessando quando eu não tinha o direito de fazê-lo, e aí eu não escapei.

Ele tocou a sirene (imagina isso! tocou a sirene porque eu atravessei no semáforo vermelho!), me parou, pegou minha identidade, anotou algumas coisinhas no seu computador da viatura e me deu uma bela multa de 37 dólares, só para o meu dia ficar bom e para eu aprender que esse negócio de civilidade é coisa séria aqui nas terras do Norte. Eu poderia contestar a multa, mas não vou contestar não. Fica pra lembrança que o que é certo, é certo. Né não?

quarta-feira, 12 de setembro de 2012 - por Thiago

24 horas de roller

Vim, vi e venci! Há 4 anos e meio atrás eu disse que ia participar das 24 horas Roller de Montreal, e agora (até que enfim!) eu cumpri minha missão! E depois de tanto tempo passado, só tenho uma pergunta a me fazer: PORQUE RAIOS EU NÃO VIM ANTES?

Bolt
O negócio funciona mais ou menos assim, de forma bem resumida: as equipes se cadastram para o evento (e por equipe, entenda solo, duplas ou times de até 10 pessoas) e no dia marcado todo mundo se junta lá no Circuito Gilles Villeneuve para a prova. Toda a estrutura do autódromo está a disposição, e o paddock será seu lar por um dia, junto com todos os outros malucos que, como você, se inscreveram para o evento. Acomodação feitas, patins nos pés, fazemos uma volta de reconhecimento da pista e, meio dia, começa a prova.

Turtles aquecendo
Começar é tranquilo, tudo é festa! O esquema das equipes é de rodízio, e a minha equipe em particular, os Speedy Turtles decidiram que cada um daria uma volta de cada vez, mantendo assim a velocidade máxima de cada participante. Eu era o nono do revezamento, ou seja, só fui começar a patinar lá quase pelas duas horas da tarde, e a cada uma hora e meia eu fazia uma volta no autódromo, carregando o bastão da equipe pelos seus 4,5 quilômetros de extensão.

Sou eu não, mas valeu a intenção
A coisa fica mais apertada quando a noite chega. Decidimos realizar dois turnos de 4 horas, sendo que em cada turno cinco membros da equipe iam dar uma soneca e os outros cinco continuavam o rodízio. Depois de passadas 4 horas, invertiam-se os papéis. Fiquei na primeira turma a dormir e às 11 da noite eu estava liberado para descansar até às 3 da manhã, mas nem ache que eu dormi todas essas 4 horas... mais acertado dizer que eu dormi da meia-noite até 2 e meia da manhã, pois às 3 eu já tinha que estar na pista novamente.

Mais um dia se no autódromo
Patinar de noite foi bem penoso, tanto pelo cansaço/sono quanto pelo frio, mas o martírio durou só umas 3 horas e pouco, e quando o Sol nasceu por completo às 6 e meia da manhã a temperatura começou a subir novamente, para noooooosa alegria. O resto da turma acordou do descanso e todos voltamos a nos revezar como no dia anterior até o final da competição, ao meio dia. Até meu parceiro Rafa Nacif foi lá me visitar e me fez uma homenagem com um vídeo legal demais da conta que foi editado em tempo recorde. Se liga:

Tou cansado, mas vambora!

Les Speedy Turtles!
Resultado final? Além da diversão, fazer novos amigos, estar no meio de um montão de gente que gosta de fazer a mesma coisa que você e todas essas outras benéfices do esporte em conjunto, conseguimos uma honrosa 33a colocação em um range de 96 equipes. Nada mal né? Para quem entrou só para brincar, e nem sequer tinha uma equipe quando chegou ao autódromo, está é de muito bom tamanho!

 
Esperando que tudo vai "dar" bem!
 
Eu fiquei feliz demais de participar e espero mesmo não demorar mais quatro anos para participar novamente. Bora patinar?

sábado, 1 de setembro de 2012 - por Thiago

Trip pro Oriente Médio - Israel (parte final)

Estamos chegando ao final de mais um trip por esse mundão afora. Siga aqui as passagens pelo Egito, Sinai, Jordânia e Israel, e depois de ler tudo isso, continue em frente ;-)

Jeruuuuuuusalém...
Chegamos a Jerusalém! O primeiro lugar que visitamos foi o Monte das Oliveiras, que tem uma vista panorâmica do domo da Rocha, aquela cúpula dourada onde o Islam diz que Maomé subiu para o paraíso. Aquilo não é nem mesquita, nem sinagoga. Hoje o domo fica onde antigamente havia o templo judaico e vimos também a porta por onde Jesus entrou na cidade, que hoje está murada. Tem uns cemitérios perto porque eles dizem que como o julgamento final será ali, eles querem estar mais perto pra ressuscitarem antes. Descendo o monte tem o jardim do Getsêmani, que hoje além do jardim (com oliveiras da época de Jesus), tem também uma igrejona construída (bááásico...).

Parece de verdade, mas não é...
Depois, fomos numa visita rápida ao museu de Israel. Vimos uma maquete de Jerusalém na época de Jesus. Há coisas que os arqueólogos têm certeza, outras eles apenas dizem que é uma possibilidade, e conforme eles vão fazendo novas descobertas, eles mudam a maquete. Vimos também a caixa onde estão os ossos de Caifás, que condenou Jesus. Tinha uma exposição sobre judeus hassídicos (ortodoxos), que tem muito aqui em Montreal, mas não deu tempo de ver direito. Gostaria de voltar neste museu um dia, porque tem muita coisa legal, mas foi corrido.

Pelas ruas da cidade
Depois fomos à Belém. Tivemos que levar o passaporte porque Belém fica na Cisjordânia, que é território palestino, e lá Israel não manda nada nem oferece segurança aos israelitas. O nosso guia teve que descer antes de entrarmos na cidade inclusive, e outro guia palestino tomou seu lugar. Em Belém o trânsito é uma bagunça (alguém lembrou do Egito?), não é organizado como no resto de Israel. Chegando lá, o guia levou o povo num restaurante pra turista ver. Sorte nossa que vimos outros locais nas redondezas e comemos um sanduíche de falafel por 2 doletas!!! E ainda deu pra passear pelas ruazinhas próximas e conversar com uma funcionária do turismo local sobre a situação política da região. Legal demais.

Meio escurão né? Tinha piores...
Depois fomos à igreja da Natividade, onde há uma gruta que tecnicamente Jesus nasceu, embora a gente saiba que a possibilidade disso ser verdade é inexistente. A igreja era estranha, escura, sem bancos e as paredes velhas, sem restauração. Tinha uma fila imensa para ver uma estrela que simboliza o lugar onde Jesus nasceu. Aí a galera entra, ajoelha, beija o negócio e tira uma foto. Nem preciso perder tempo para dizer que pulamos essa parte né? Pois é, agora já perdi.

As ordens saem tudo daí
No dia seguinte fomos na sede do parlamento Israelense. Na frente do parlamento tem uma Menorah gigante (candelabro de 7 velas) bem bonita. Depois fomos ao possível Calvário, que na verdade não é um monte. É um pedra com formato de caveira. Supostamente Jesus e os outros teriam sido crucificados no caminho, não no alto de uma montanha. Vimos também uma tumba que se assemelha muito a que Jesus foi sepultado.

Rua dos árabes.
Depois entramos pela porta de Herodes num labirinto sem fim, uma zona árabe, pra chegar ao tanque de Betesda, onde Jesus curou um paralítico. Descemos um buraco bem fundo e ainda tem água lá, mas já construíram tanta coisa por cima que não dá pra ter muita noção de como parecia na verdade. Novamente, tem uma igreja construída no local, com uma acústica incrível, um eco sem fim.
Tão me vendo aqui?

No sábado, a rua é um agito só.
O ônibus voltou cedo pro Hotel, e a gente decidiu sair para andar a pé até a cidade velha. Foi muito mais legal andar num grupo de seis pessoas do que em um de cem! Quase nenhum carro e pouquíssima gente na rua porque era sábado, e aos sábados os judeus têm um limite de distância a percorrer. Até para tirar fotos pelo caminho foi complicado, pois aos sábados é proibido tirar fotos, mas é CA-LA-RO que demos um jeitinho de solucionar esta questão.

Lamenta... lamenta...
Ao chegar na cidade velha, entramos em um labirinto de ruazinhas cheias de pequenos comércios, em direção ao Muro das Lamentações. O lugar é realmente diferente. Começa que do lado esquerdo do muro é exclusivo para os homens, e do direito para as mulheres. O pessoal pega um livro de orações, vai bem perto do muro e fica orando de um jeito que parecia que estavam chorando, e ficam ali por horas e horas! Não é só uma oraçãozinha de 2 minutos não. Outra coisa que impressiona são os milhares de papéis de pedidos enfiados nas fendas. O muro é bonito, mas chegando perto ele é meio fedido de tanta gente que encosta a boca ali nos tijolos pra ficar se lamentando do templo destruído.

Domo da Rocha. Lindão.
No último dia de passeio passamos por mais um monte de lugares que supostamente foram um lugar importante, mas que no fundo não foram coisíssima nenhuma. Entre eles a sala da santa ceia, o túmulo de Davi, a via dolorosa e a igreja do Santo Sepulcro. Essa última foi a que mais chamou atenção pelo clima lá dentro. Muita fumaça, penumbra e gente beijando o chão em todos os lugares. Eu tentaria entender tudo aquilo se Jesus realmente tivesse sido sepultado naquele lugar, mas o negócio fica DENTRO DA CIDADE! Todo mundo sabe que Jesus foi sepultado fora dela, e que aquela igreja não tem nada a ver com o ocorrido.

O que sobrou da destruição de 70DC
A parte legal foi ir ao Davidson Center, que é um sítio arqueológico das ruínas da antiga cidade de Jerusalém. Vimos paredes dos tempos de Jesus, as pedras que os soldados romanos jogaram no templo para destruir tudo QUE AINDA ESTÃO LÁ, e também as escadarias do antigo templo, que é um dos únicos lugares que podemos ter certeza que Jesus pisou e tudo o mais. Essa parte interessantíssima é vazia, e quase ninguém vai lá. Dá pra entender uma coisa dessas? Pois é, eu também não entendo. Não pudemos ir ao Domo da Rocha, pois o estávamos no mês do Ramadã e a entrada ao templo é proibida aos não muçulmanos durantes datas festivas. Foi uma pena pois ele é muito bonito e queríamos vê-lo de perto. Ficou pra próxima.

E assim mais uma viagem se acabou. Claro que ainda tivemos a doidera da passagem de volta por Tel-Aviv, mas o povo lá é tão sem educação que eu prefiro ignorá-los do relato.

Resumo da ópera: a viagem foi sensacional, com muitos lugares interessantes e históricos para conhecer. Esteja preparado para dar um olé nos vendedores que querem passar a perna na gente a todo custo. Não saia beijando chão de lugar que não tem nada a ver com a história bíblica, e NÃO VÁ DURANTE O VERÃO. O calor é de derreter os pensamentos. De resto, só alegria!

sexta-feira, 24 de agosto de 2012 - por Thiago

Trip pro Oriente Médio - Israel (parte 4)

Para quem já acompanhou todos os passos dessa aventura até aqui, meus mais sinceros parabéns! Mas se esse ainda não é o seu caso, veja o que rolou dessa viagem até agora no Egito, no Sinai e na Jordânia.

Um oásis no deserto
Ao chegarmos à Israel, sãos e salvos, fomos para o hotel Daniel, no mar Morto. Eu acho importante mencionar o hotel aqui porque este realmente foi o melhor hotel de todos. Comida da melhor qualidade (e a boca já encheu de água novamente), instalações belíssimas e confortáveis, spa com piscinas de todos os tipos e até festas temáticas todas as noites para os hóspedes. O negócio é realmente excelente e eu agradeço de termos ficado lá no nosso único dia livre de toda a viagem. Recomendo fortemente para todo mundo que quiser passar momentos de tranquilidade e alegria.

Tou boiando...
Mas junto com esses momentos de tranquilidade e alegria, prepare-se para o calor. A temperatura estava bem perto do realmente desagradável. Também pudera, no mar morto estamos a 425 metros ABAIXO do nível do mar, então você já consegue imagina como a pressão atmosférica enlouquece a gente naquele lugar. A água do mar Morto é outro capítulo à parte. Começa que estava quente, foi um sacrifício conseguir entrar. Aí quando você cria coragem e entra, não dá pra nadar, só boiar, devido aos altíssimos níveis de sal! E qualquer cortezinho que você tiver arde que é uma beleza. Claro que a clássica foto lendo o jornal enquanto bóia não podia ficar de fora. Olha ela aí ;-)

Sol rachando na cabeça.
Depois de nossas merecidas folgas no mar Morto, fomos à Massada, um local onde havia uma cidadela construída pelo mesmo Herodes na época em que Jesus nasceu. A cidade era em cima do monte, para proteção de ataques. Num determinado momento, eles foram sitiados por romanos e não tinham esperança de vitória, como não queriam virar escravos, mataram uns aos outros e queimaram a comida pra saberem que eles não tinham morrido de desnutrição e pros romanos não usarem os suprimentos deles. Sobrou uma meia dúzia pra contar essa história toda. Lá em cima da fortaleza tinha até um rabino copiando a bíblia (!!) Depois, fomos à Qumran, onde descobriram os manuscritos do Mar Morto, os textos bíblicos mais antigos já encontrados, e outros mais antigos. Depois fomos ao rio Jordão, e duas pessoas do nosso grupo foram batizadas. O local foi todo preparado para esse tipo de evento, e tudo fica bem organizado e bonito.

 
A benção do shalom aleichen
 
Mirian e Thiago no barquinho...
No dia seguinte, fizemos um passeio de barco no mar da Galiléia, onde fizemos um dancinha típica judaica dentro do barco e tudo, fomos ao Monte das bem-aventuranças, à Corazim, que não é um lugar muito turístico, mas é onde podemos ver como era uma casa da época de Jesus, e à Cafarnaum, onde Jesus curou a mulher com fluxo de sangue e ressuscitou a filha de Jairo. Vimos a possível casa de Pedro por baixo de uma igreja, que tem um vidro no chão pra poder ver a construção. E neste momento é preciso deixar bem claro que o calor de Cafarnaum foi o MAIOR CALOR DA MINHA EXISTÊNCIA. 52 graus de puro enlouquecimento, e eu espero nunca mais passar por um perrengue nesses na minha vida. Na próxima vez, vamos no inverno. No final do dia, fomos ao Monte do Precipício, de onde tentaram derrubar Jesus.

 
Hey, hey... hey, hey, hey!
 
Não tinha corrida de bigas no dia.
No dia seguinte fomos no sítio arqueológico de Megido (aquele do Armagedom), que é um sítio arqueológico interessantíssimo pois era um vale que acabou virando montanha, de tantas construções que foram feitas umas por cima das outras. São 26 camadas! Fomos também ao monte Carmelo, onde o profeta Elias desafiou 450 profetas de Baal. Visitamos também Cesaréia marítima, uma cidade à beira do mar Mediterrâneo construída por Herodes, o Grande. Vimos um aqueduto, um teatro, um hipódromo e outras construções preservadas da época. Paulo saiu desta cidade para Roma, e morrou por lá.


Tim tim!
No fim do dia, chegamos à Jerusalém. Nos deram um pequeno cálice de madeira, encheram com suco de uva e pediram pra gente repetir umas palavras em hebraico, que  selam a cerimônia de nossa entrada em Jerusalém, que é a cidade sagrada para o cristianismo (com ressalvas... para mim não é sagrada coisa nenhuma...), para o judaísmo e para o islamismo. Chegamos a nossa última parte dessa viagem quente e divertida!

(continua...)

terça-feira, 21 de agosto de 2012 - por Thiago

Trip pro Oriente Médio - Jordânia (parte 3)

Beleza! Depois de dias bem agitados no Egito (não viu ainda? Veja a parte 1 e a parte 2) chegamos ao quarto país mais pobre em água do mundo: a Jordânia!

O nosso guia abriu o jogo...
O guia da Jordânia foi muito gente boa. A mãe e a esposa dele são brasileiras, mas ele é jordaniano e foi estudar no Brasil um tempo. Entre várias coisas cabuludas interessantíssimas que ele contou sobre o país (e outras que ele até tentou contar, mas foi impedido pela galera do ônibus... tsc tsc tsc...), ficamos sabendo que a economia deles se baseia em indústria de roupa, turismo, ajuda da ONU, dinheiro enviado por jordanianos no exterior e por úlltimo, a agricultura, porque água lá é coisa que só aparece de vez em quando. Ele contou também muitas coisas sobre o islamismo, como o fato dos homens poderem ter até 4 mulheres e também como se uma pessoa que sai do islamismo ou uma mulher que engravida solteira correm o sério risco serem condenadas à morte. Vai brincando com os caras, vai...

Tinha pedra até não poder mais.
Depois de [mais ou menos] refeitos da jornada dos dias anteriores, fizemos um passeio por Petra, uma cidade esculpida não com pedras, mas DENTRO DAS pedras. O calor estava bem de matar, mas na maior parte do passeio as próprias pedras de Petra nos faziam sombra, e isso fez TODA A DIFERENÇA no aproveitamento geral do passeio. É bem espetacular ver aquele monte de pedras que foram cavadas em casas, escadas, túmulos e também naquele santuário todo bonitão que virou até uma das maravilhas do mundo moderno. O passeio que fizemos durou por volta de duas horas, mas se você quiser andar por tudo que tem por lá para ver, dá pra ficar umas 5 ou 6 horas facinho vendo a cidade toda. Valeu a pena total ter passado por lá.

"Firme nas promessas?"
Cidade que Esbom, nada.
Depois seguimos para a capital, Amã e ficamos em um hotel bem do legalzão, no que eu chutei ser uma parte nobre da cidade. Fizemos um tour pela capital, pela cidadela da cidade e passamos em um sítio arqueológico da Universidade Adventista Andrews que se chama Tal Hesban. O pessoal da universidade que trabalhava por lá desconfiava que ali era um local bíblico chamado Esbom, mas descobriram, depois de muito cavar, que realmente tinha muita coisa interessante ali, mas nada de Esbom. Agora a Universidade Adventista La Sierra faz escavações lá, e a Andrews está escavando em um outro local, que se chama Tal Jalul. Quem sabe agora Esbom aparece.

Casas coloridas e organizadas.
Comentário pontual, mas muito pertinente a essa altura do campeonato: A Jordânia, apesar de pobre e sem quase nenhum recurso hídrico descente, é incrivelmente melhor do que os lugares que passamos no Egito. Anos luz! Tem um lado mais pobre, que não é tão mal assim, e um lado mais rico, que tem muitas embaixadas e é muito bonito. Pelo visto o rei Abdullah II está fazendo um bom trabalho por lá, mesmo com todas as adversidades.

É pra lá, ó!
Já rumando para o fim da nossa estadia na Jordânia, passamos no monte Nebo, ondetivemos a visão de toda a divisa com Israel, exatamente como Moisés teve, antes de morrer ali mesmo. Almoçamos uma comida típica do país chamada Mansaf, que é um pratão de arroz, pão chato, carne de carneiro, amêndoa frita e um molho de leite de ovelha. Apesar do calor e do peso que isso tudo faz no estômago da gente, o prato estava uma delícia e ainda melhor depois que descobrimos esse molho de leite de ovelha para jogar por cima da coisa toda. Sensacional, e só de pensar já está me dando água na boca...

Passamos enfim, e novamente, pela fronteira de Israel, e dessa vez para ficar. Veremos o que esse país nos aguarda na sequência.

(continua...)

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