quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009 - por Thiago

L'Impact


Hoje fui novamente ao Estádio Olímpico de Montreal, que fica exatamente aqui em frente de casa, mas que na maior parte do ano eu só vejo pelo lado de fora. Foi a primeira vez que Mirian entrou em um estádio, e diz ela que também gostou bastante.

O Estádio fica praticamente fechado no inverno, pois o teto não é totalmente garantido contra o peso da neve, e há perigo de acidentes caso tenha algum evento enquanto está nevando, mas já faz 2 dias que não neva em Montreal, então este perigo foi anulado. É bem interessante entrar no estádio novamente e, mesmo tendo comprado ingresso para as cadeiras lá no alto, notar que a visibilidade da atração principal é realmente muito boa. O Estádio, apesar de antigo, é bem moderno e bem instalado, com painéis digitais, letreiros e cadeiras numeradas para todos (claro! só no Brasil isso não existe).

Ainda não falei o que fomos fazer lá, mas você já percebeu pela primeira foto, e o futebol dos caras é tão ruim, mas TÃO RUIM, que é mais fácil falar que você não assistiu a uma partida de futebol de um campeonato oficial da Fifa. O time local, L'Impact de Montreal, mais parece um time de várzea se comparado com o nosso futebol brasileiro, com direito a chutões de bola pra frente, nenhum drible, e uma montoeira de passes errados durante todos os 90 minutos.

O oponente era o Club Santos Laguna, do México. As apostas eram todas para que o Santos Laguna desse uma bela surra do Impact, mas não é que os caras daqui conseguiram ganhar de 2 a 0? Pra mim foi tudo ótimo, afinal eu estava torcendo para Montreal né? Mas o que fazer para o futebol desse povo melhorar? Acho que é melhor eles tentarem outro esporte.

Vamos torcer para que a maré de sorte do Impact continue e eles consigam a vitória do jogo de volta, no México, porque então poderemos ter mais jogos do Impact aqui no Estádio Olímpico, antes que o Estádio Saputo esteja pronto para as atividades normais no verão. Pessoalmente acho uma bela falta de visão comercial eles terem contruído um outro estádio só para a equipe de futebol, mas o assunto é comprido e eu quero desenvolvê-lo em um outro post.

Fim de jogo, atravessamos a rua e já estamos em casa novamente. Algum benefício precisa existir em se ter esse trambolhão na nossa frente né? Mas eu pessoalmente adoro olhar pro estádio todos os dias... (suspiro...) coisas de imigrante apaixonado.

Salut!

ps- a segunda foto está escura porque o esperto aqui levou a câmera super-ultra-potente, mas esqueceu as baterias em casa. O iPhone foi a salvação, mas sem flash não existe milagre.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009 - por Thiago

O Canadá, o Quebec e a Crise

Posso dizer que o maior assunto do momento é tar da crise financeira que assola os mercados de todo o mundo. Primeiramente os americanos, que são, com o seu próprio mercado, os verdadeiros causadores de toda essa meleca problemática. Depois vieram a Europa e a Ásia, numa onda avassaladora de perdas e falências (Islândia que o diga, já que quase o país inteiro afundou no Atlântico Norte). Vocês que me lêem do Brasil sabem que até o final de 2008 não tinham sentido praticamente nada, mas que esse ano a coisa pode chegar aí também.

Mas e o Canadá? E o Quebec? Onde fica a crise para os imigrantes?

O canadá foi o último país do G-8 a sofrer os efeitos da crise, e isso é um fato notável pois a proximidade e a inter-dependência dos mercados canadenses e norte-americanos nos faria acreditar que aqui seria o primeiro lugar do mundo a sofrer os efeitos colaterais, mas nos salvamos graças a política menos agressiva que o Canadá impõe sobre o mercado, principalmente o imobiliário. E o Quebec é ainda mais protegido que o restante do país, tendo inclusive experimentado um crescimento no mercado de imóveis no ano passado. Contudo, nada nesse mundo é tão forte assim, e o ano de 2009 começou com a crise se anunciando a todos.

O meu patrão já disse na festinha de final de ano que "esse ano teremos que fazer mais com menos". Só dessa citação pra cá já saíram 3 funcionários, e mais outra funcionária que está vindo pro escritório somente 3 dias por semana. Agora a última vítima fui eu mesmo, que estou cumprindo aviso prévio e saio oficialmente da empresa dia 6 de março. Mas vocês acham que é só a minha empresa que está assim? Amigos trabalhando em outras grandes empresas disseram que o facão está passando por lá também, deixando todo mundo amedrontado quanto ao futuro. E se ainda formos comentar de grandes empresas com GM, Bombardier e Air Canada, as coisas vão ainda um pouco piores, e falando desta última, dizem as más línguas por aí que a Air Canada vai pedir falência logo logo...

Espera-se um ano difícil para todos, mas ainda há alguma esperança que a retomada americana (Go Obama!) possa aliviar os efeitos ainda não muito sentidos aqui. O mercado canadense ainda está de certa forma protegido contra a avalanche, e esperamos que as barreiras que nos protegem do caos continuem fortes por bastante tempo.

Pessoalmente, estou correndo contra o tempo para arrumar um novo trabalho. Se você estiver sabendo de alguma coisa em TI aqui para Montreal, não tenha medo nem vergonha de entrar em contato comigo. O leitinho das crianças agradece.

Deus continua nos abençoando. Sempre.

Salut!

domingo, 22 de fevereiro de 2009 - por Mirian

Processo de apadrinhamento iniciado

Depois de quase três meses organizando papéis e informações eu finalmente consegui dar entrada no meu processo de imigração ao Canadá por apadrinhamento.

Meus documentos que estavam faltando chegaram do Brasil, paguei a taxa, terminei de preencher a papelada e na sexta-feira fui à Pharmaprix, unir o útil ao agradável já que eles tiram as fotos e tem um correio lá dentro mesmo.

Conferi tudo detalhe por detalhe, torcendo pra não receber nenhuma carta dizendo que está faltando isso ou aquilo, ou que não assinei aqui ou ali, apesar de saber que isso acontece com quase todo mundo.

Minha documentação será analisada pelo governo canadense, depois enviada a Quebec, quando terei que pagar mais uma taxa e depois tudo voltará ao governo do Canadá para os retoques finais se todos aceitarem o caso.

Enviei a documentação para pedir a residência permanente e uma permissão de trabalho temporária em Quebec enquanto a papelada não sai.

Agora é só esperar pela cartinha dizendo que tudo está sendo analisado.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009 - por Mirian

Repatriem Omar Khadr!!!

Esse post vai ser escrito correndo porque estou cheia de coisas pra fazer, mas não podia deixar de expressar minha indignação com o caso Omar Khadr.

Quem assistiu a reportagem sobre o caso ontem à noite na Radio Canada, deve estar tão indignado quanto eu.

Trata-se de um rapaz canadense que foi preso em Guantanamo com 15 anos de idade sob acusação (sem provas suficientes) de ter matado um soldado americano (grande coisa)!

O primeiro irresponsável da história foi o próprio pai do menino, que o fez ser intérprete numa guerra, os próximos são os soldados americanos que supostamente "salvaram" sua vida quando alegam que poderiam tê-lo matado e o levaram pra prisão pra ser torturado e isolado do mundo e por último, as autoridades canadenses, principalmente o senhor Stephen Harper, que não estão movendo uma palha pra repatriar o garoto, que agora já é rapaz depois de 6 anos na prisão.

Espero que a iniciativa de Barack Obama de fechar Guantanamo sirva para colocar um fim no sofrimento desse jovem canadense e de outros prisioneiros que lá são mantidos sem nenhum respeito aos direitos humanos.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009 - por Mirian

Trabalho Voluntário

Comecei a fazer trabalho voluntário como professora de inglês na Maison de l'amitié e estou gostando bastante. A maison é um lugar que oferece serviços dentre os quais aulas de francês e inglês por preços bem baixinhos para imigrantes, refugiados ou pra quem quer economizar mesmo. Minha irmã me falou desse lugar quando vim visitá-la e estudei um mês de francês lá, o Thiago e minha mãe também estudaram lá quando passaram férias aqui. Resolvi voluntariar lá dessa vez para adquirir um pouco de experiência aqui e ajudar a quem estiver interessado.

Se você estiver interessado em fazer trabalho voluntário em Montreal e não sabe por onde começar, pesquise no Centre d'action bénévole de Montréal, onde você pode achar informações sobre trabalho voluntário de acordo com seu interesse e conveniência. Um amigo nosso trabalhou com deficientes visuais, ajudando-os em caminhadas, exercícios físicos e disse que foi muito gratificante. Um outro exemplo é o restaurante People's Potato, da Concordia University, que serve refeições gratuitas para estudantes, ou quem mais estiver passando por ali na hora do almoço. Você pode ajudar cozinhando, servindo ou limpando.

Uma amiga se perguntou porque as pessoas fazem tanto trabalho voluntário em Quebec e chegou à conclusão de que eles não são bonzinhos coisa nenhuma e que na verdade só querem colocar a experiência no currículo. Eu discordei imediatamente pois acho que as pessoas que fazem esse tipo de trabalho são generosas sim, independentemente do que vão ganhar em troca, como por exemplo praticar a língua (em alguns casos), conhecer pessoas ou que seja, ganhar experiência profissional.

Pra quem tem um pouco de tempo livre e quer usá-lo fazendo algo útil, creio que o trabalho voluntário abre muitas portas e é acima de tudo muito gratificante.

domingo, 1 de fevereiro de 2009 - por Thiago

Super Bowl

Hoje é a final da liga de futebol-americano dos Estados Unidos, e todo mundo aqui só fala nisso.

Menos eu.

Na verdade, hoje eu fui esquiar no Jay Peak, em Vermont, nos Estados Unidos. A trupe foi formada por Silvio Kruger, Alexandre Schamass, Uly Thomas e este nobre editor. Saímos de Brossard, lar da família Kruger, às 6:30 da madrugada manhã em direção aos Estados Unidos, e chegamos na fronteira por volta de 8:30 da manhã.

A fronteira foi uma das partes mais emocionantes da excursão. Normalmente, os oficiais da fronteira americana simplesmente entram nos ônibus desse tipo de excursão, validam os passaportes de todo mundo e tudo certo, mas dessa vez ficaram sabendo que haviam três brasileiros entre os viajantes. Foi o suficiente pra fazer todo mundo descer e passar pela guarita. Resultado, por NOSSA CULPA, pois somos brasileiros sujos e mal-educados, toda a excurção teve um atraso extra de mais ou menos uma hora. E para dar ainda mais emoção na coisa toda, nosso companheiro Alexandre quase foi barrado, fazendo o papel de "Terrorista do Dia". Beleza né? Também achei.

Depois desse lenga-lenga todo, chegamos enfim ao monte. Ele é beeeeeeeem maior do que o Mont Saint-Bruno, que estou acostumado, e esse beeeeeeeeem é por volta de 5 vezes maior, então não estou exagerando, né? As condições de tempo estavam muito boas, entre -1ºC e -5ºC, e a tempestade de neve da última semana deixou bastante neve no norte dos Estados Unidos (aqui no Canadá também, mas a gente ficou mais com o frio do que com a neve), o que formou um tapete branco na montanha.

As primeiras descidas foram exatamente pefeitas. Também pudera, foram todas níveis iniciante. O barato delas é que são longas e você não fica tanto tempo subindo nas cadeirinhas para descer em menos de 2 minutos. Aproveita-se mais o dia. Mas como nada nessa vida é perfeito, subimos para o alto da montanha, para descer as pistas de maior nível de dificuldade. Pra quê. Lá em cima o frio é tão grande que 1) você não vê nada lá embaixo porque as nuvens (onde você está) te impedem de apreciar a vista 2) a paisagem muda de tal forma que você torce pra conseguir tirar a mão da luva para pegar pelo menos uma fotinho daquela natureza totalmente congelada. Pela foto ao lado deu pra perceber que pelo menos o Silvio conseguiu bravamente pegar uma imagem da gente (e eu não estou fazendo pose não. Estava me contorcendo de frio mesmo). Logo nessa descida tomei o único mas homérico capote do dia. O maior problema de todos é não conseguir saber pra você se está indo naquela branquidão toda.

Pra encurtar a historia, mesmo depois do tombo ainda subi mais uma vez e ainda mais alto na montanha, sempre me arrependendo de ter tomado essa decisão, mas faz parte né? Se fosse pra ficar no baixinho, eu ficava em casa mesmo.

A volta tinha tudo pra ser tranquila, mas o agentes da fronteira canadense descobriram que os malditos simpáticos brasileiros estavam a bordo e, adivinhem? Todo mundo saindo do ônibus e mostrando identificação. Dessa vez teve até cachorro cheirando bagagem? Será que somos tão arruaceiros assim?

A volta depois disso foi dentro da normalidade e chegamos mais cedo que o previsto. Espero poder fazer mais dessas viagens, mas nunca esquecendo que não o tipo de passeio que dá pra fazer toda semana. A fronteira também faz a gente pensar duas vezes antes de sair, mas esquiar e ir para o Estados Unidos fazem parte da vida, e ainda mais da vida canadense.

Salut!



LinkWithin

Related Posts with Thumbnails