sexta-feira, 30 de janeiro de 2009 - por Mirian

E a vida cultural...

Esses doidos aí ao lado são do grupo Mes Aïeux, creio que sejam o grupo mais regional e mais famoso de Québec. Fomos no show deles no domingo e a música foi muito boa, mas teve um detalhe interessante, tinha muitos velhinhos e todo mundo ficou sentado quase que o tempo todo, isso foi chato, principalmente porque a maioria das músicas é bem dançante.

O show teve um intervalo e na volta, quando tocaram a música mais famosa, Dégénérations, o vocalista fez todo mundo levantar e agitar um pouquinho, isso durou umas 3 músicas, mas aí ele disse que como havia um público "multi-idade" deveríamos nos sentar em respeito a eles e também porque a música seguinte seria mais calminha.

Essa moça aí ao lado, Marie-Hélène Fortin, a violinista, faz toda a diferença. Sem o violino não ia ter graça.

Esse aí abaixo é o vocalista Stéphane Archambault que, segundo nossa amiga Márcia, era ator antes do grupo. Dá pra ver porque parece que ele comeu "palhacitos" antes do show.

Uma outra coisa muito legal que eu vi nessa semana foi a peça Shirley Valentine, simplesmente fantástica.

É uma peça de apenas uma atriz, engraçadíssima. Pensamos que ela ia fazer todos os personagens, mas na verdade ela foi apenas Shirley contando sobre os outros.

Ela passa os dias conversando com as paredes da cozinha, queixando-se de como não está feliz com a vida, com o casamento, com a filha. Sua amiga a convida pra passar duas semanas de férias na Grécia e ela fica no dilema sobre se deveria ou não aceitar o convite e quais seriam as consequências de ir ou ficar.

A atriz é ótima, imita os outros perfeitamente bem e faz um sotaque de Manchester muito legal, só não sei se fiel. Tem partes tristes, partes cômicas e partes verdadeiras. Muito interessante.

A foto acima é do filme, já bem antigo, inspirado na peça, que já teve muitas versões.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009 - por Mirian

Dia difícil

Sabe aquele dia em que muita coisa dá errado? Pois é, foi ontem.

Tinha que estar de manhã num certo endereço complicadinho de chegar, usei o Google Maps, escrevi tim tim por tim tim o que tinha que fazer, mas não adiantou nada. Peguei o metrô, peguei o ônibus e comecei a andar, mas o lugar não estava parecendo nada com o que eu estava procurando. De repente me dei conta que estava no lado Oeste da rua quando na verdade tinha que ter ido para o lado Leste. Vi um ônibus passar, ops, tarde demais. O outro era em 15 minutos, mas eu resolvi andar mesmo sabendo que ia levar meia hora. Andei quase dois km, lógico que o próximo ônibus me alcançou e eu também o perdi. De repente a rua acaba e não chega no número. Desisti e ganhei uma carona porque já não sabia mais onde ir. Era uma rua paralela à rua de mesmo nome. Vai entender. Cheguei meia hora atrasada, perdi uma grana e amassei muuuuuuuuuuita neve no caminho. Ainda bem que deu tudo certo no final.

Na faculdade fico sabendo que a professora marcou uma prova para a semana em que eu estava sonhando em viajar. Lógico! Não é porque o resto da faculdade toda vai estar em "semaine de rêlache" que ela tem que dar um jeitinho, né? Afinal o departamento dela não terá folga e danem-se os outros, tem que vir fazer prova mesmo.

Pra completar, meu celular cai fundo na água, pobrezinho, mas ficou secando à noite e parece que já está tudo bem.

domingo, 25 de janeiro de 2009 - por Mirian

Aviso de "cortesia"

Quando abri meu email pela manhã vi um aviso da biblioteca da faculdade me lembrando de renovar pela internet mesmo os empréstimos de livros que vão vencer nesta semana. Legal, né? Bem que podia ter isso na biblioteca da FFLCH. Dêem uma olhada:

01/25/09 UNIVERSITE DE MONTREAL
Lettres et sciences humaines

AVIS DE COURTOISIE
Le prêt des documents mentionnés ci-dessous arrivera à échéance sous peu.
Afin d'éviter les inconvénients liés au retard, vous pouvez soit rendre
les documents en bibliothèques, soit renouveler vos emprunts via votre
dossier du lecteur dans AtriumWeb.

Veuillez noter que le service 'AVIS DE COURTOISIE' n'est offert
que pour les emprunts réguliers de 7 jours ou plus.

Bibliothèque : L.S.H. Échéance :01/28/09



sexta-feira, 23 de janeiro de 2009 - por Mirian

A um passo de dar entrada no processo

Pelo menos se nada de errado acontecer.

Os atestados de antecedentes criminais de NY e do FBI já chegaram. Foi bem difícil conseguir pegá-los pois perdemos a chave do correio e ficamos dependendo da boa vontade do zelador pra nos emprestar a dele até que fizesse a cópia, que também não funcionou. Vai lá saber quando vamos conseguir abrir esta caixinha de novo.

Fiz o exame com uma médica que cobra bem barato, mas lógico que o atendimento não é igual ao do Dr. Fava, né? Só não fiz com o mais barato de todos porque sempre que eu ligava lá a pessoa estava sem a agenda. Estranho, né? Uma coisa diferente aqui é que os exames estão incluídos no preço da consulta, enquanto que no Brasil você faz os exames separadamente, por conta própria. Fiz a consulta, depois fiz os exames de urina e sangue e depois tirei o raio X, em três lugares diferentes, mas na mesma rua. Uma coisa que me irrita é eles pedirem pra você pagar em dinheiro e não terem troco, ai que raiva!

Agora só estou esperando as traduções que serão enviadas do Brasil, depois é só rever os formulários, pagar - pior parte - e enviar pelo correio. Ufa!

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009 - por Mirian

Volta às aulas

Pela primeira vez na vida estou estudando em janeiro. É muito assustador pensar nisso quando se está de férias na praia, mas quando se vê um monte de neve ao redor acho que não temos muitas escolhas, o jeito é ir pra escola mesmo.

Minhas aulas do segundo período de intercâmbio começaram na quinta-feira. Mal dormi de quarta pra quinta, fiquei ansiosa como uma criança que vai pro prézinho no dia seguinte. Explicação: não vou mais fazer curso de língua, vou estudar matérias de verdade, será que vou entender o professor? Será que vou conhecer gente legal? Ai, que nervoso!

A primeira aula foi Cinema Quebequense, consegui entender o professor, mas tive dificuldades em entender os trechos de filmes que ele passou, mas a qualidade do som era tão ruim que creio não ter sido a única. O professor foi muito legal quando conversei com ele sobre isso e disse "Você vai se acostumar!" Ele mostra trechos de filmes, documentários, vai mostrar filmes completos mais pra frente e discute com a classe. Para pesquisa ele sugeriu uma visita à Cinemateca Quebequense e para leitura, deixou os textos na livraria de faculdade, o que chamaríamos de xerox na FFLCH, mas numa versão mais elegante, encadernada e incluindo pagamento de direitos autorais como você pode ver na foto: "Direitos autorais inclusos no preço de venda". Nunca vi isso na USP, aliás, será que aquele xerox continua a mesma bagunça?

A segunda aula foi em inglês, pelo menos uma pra relaxar, né? Teatro em Montreal com um professor que eu já conhecia. Vamos assistir cinco peças e discutí-las nas aulas seguintes. Tem coisa mais divertida? Só o precinho que não ficou nada legal...Vamos assistir Shirley Valentine, Buried Child, Doubt, Julius Ceasar e The Age of Arousal.

No dia seguinte tive aula de História do Canadá antes de 1830. Decidi não continuar, o professor fala muito baixo, apesar de também ter sido muito gentil comigo; além disso, quase todos os alunos estão no último ano de História e sabem muita coisa que eu não vou conseguir aprender a tempo pra acompanhar. Esta turma tem poucos alunos e todos se apresentaram. Na minha vez meu coração quase saiu pela boca de tanto nervoso de ser ouvida por aquele monte de quebequenses universitários. Sobrevivi, ufa! Pelo menos ele me deu uma dica legal de leitura pra quem está começando do zero: Brève Histoire des Peuples de la Nouvelle-France, de Allan Greer.

Nesta semana tive aula de Introdução à Literatura Quebequense. A professora não foi tão flexível quanto os outros, disse que eu não poderia usar dicionário na prova, mas que geralmente alunos no meu caso passavam, só que às vezes com nota mais baixa. Conheci uma brasileira na turma e ficamos amiguinhas, mas infelizmente resolvi não continuar esta matéria pois a leitura é grande e não terei tempo para os cinco romances.

No mesmo dia à tarde tive aula de História do Canadá Contemporâneo. A sala estava lotada, imagino que é porque esta matéria também é obrigatória para alunos que tiram o certificado de francês, tava cheio de estudantes internacionais, alguns colegas com os quais eu estudei no ano passado. O professor foi menos flexível ainda, disse que os critérios de avaliação seriam os mesmos usados para os alunos francófonos, mas que se eu quisesse poderia escrever o trabalho em inglês. A aula também foi muito interessante, e com outra dica legal de leitura, um livro escrito pelo próprio professor: Histoire du Canada Contemporain, de Jean-Pierre Charland. Apesar de ter ficado feliz em rever colegas e de pela primeira vez ter me sentado ao lado de uma quebequense que falava comigo, resolvi não continuar. Ainda não estou pronta para tanta exigência em francês. Um detalhe interessante é que tinha um aluno não-ouvinte assistindo a aula com uma intérprete de LSQ (Língua de Sinais Quebequense).

Minha matéria mais esperada era História em Quadrinhos. Não foi tão legal quanto eu imaginava, mas pelo menos vamos ler coisas divertidas como TinTin e o professor também foi sossegado quanto ao meu caso.

De maneira geral, achei os professores bons e compreensíveis, apesar de usarem muitas projeções e falarem ao mesmo tempo, o que torna a aula muito mais complicada, né?

Espero poder escrever coisas boas sobre as notas.





quarta-feira, 7 de janeiro de 2009 - por Thiago

Mais e mais neve


Eu sei que está ficando chato falar de neve aqui no Blog, mas pára pra imaginar: Se para vocês, ler sobre neve uma meia dúzia de vezes já cansa, imagina pra gente aqui que tá a quase dois meses embaixo dessa coisona branca. Muito bem, feitas as devidas comparações para justificar a postagem, vamos ao assunto.

Estamos (nós aqui no Québec, você em qualquer outra parte do mundo provavelmente não está) em uma tempestade de neve neste exato momento. Isso quer dizer que tem muita neve pela rua, e ela continua caindo e aumentando ainda mais o montante total, que até uma meia hora atrás já passava na canela em qualquer lugar externo que você fosse.

A prefeitura está fazendo o seu trabalho, colocando a tratorzada na rua para limpar essa imensidão de brancura, mas a tarefa não é fácil. De acordo com o Jornal do Metro, Montreal conta com 10650 quilômetros de ruas e calçadas e isso é bem mais que a distância daqui até São Paulo, que é de apenas 8551 quilômetros. Imaginaram agora ter a tarefa de faxinar isso tudo a cada vez que a neve cai aqui? Pois é, eu também estou tentando imaginar... haja trator para tudo isso.

E o mais legal é que, depois que os tratores passam, a neve vai se acumulando entre a rua e a calçada, formando montanham do tamanho ou maiores do que estas que vocês estão vendo na foto acima. Tão vendo uma pessoa lá no fundo ao lado do monte? Eles estão quase do mesmo tamanho! É bem impressionante das primeiras vezes, mas a gente acostuma.

A previsão é de mais neve até o final da semana, mas já estamos preparados com casacos, botas e todo o tipo de roupa quente e impermeável, tá achando que a vida aqui é só moleza e bembão é? Nah!

Salut!

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