quinta-feira, 15 de agosto de 2013 - por Thiago

Canadá 2 por 1

Uma das minhas filosofias de vida é "Pra quê gastar para se ter algo quando você pode não gastar para se ter algo?". É com essa idéia na cabeça que eu compartilho com vocês essa promoção animal que o pessoal da Keep Exploring está fazendo para atrair brasileiros para o Canadá.

Se você comprar um pacote até o final desse mês, pode receber descontos de até 50% para conhecer este país tão bonito e simpático em que eu moro. O Canadá já é um dos destinos mais baratos que você pode arrumar por aí, e com esse esquemão então, a coisa fica meio imperdível!

A Comissão de Turismo do Canadá (que é a proprietária do Keep Exploring) resolveu fazer essa promoção em parceria com as empresas aéreas e hoteleiras canadenses para realmente incentivar o turismo brasileiro por aqui, que mesmo crescente ainda é bem pouco expressivo, comparado ao volume de brasileiros que vão para outros países gastar seu rico dinheirinho.

A promoção tem pacotes para quem quiser vir para o Quebec, para Ontario, para Alberta, para Columbia Britânica e até mesmo para aqueles que quiserem ir para todos esses lugares numa tacada só! Se você ainda não decidiu onde passar as férias, eu agarantchiu que esse será inesquecível!

Eu até já tinha feito o jabá da minha cidade aqui no blog, neste post aqui, com vídeos e tudo o mais. Agora, não tem mais desculpa para não vir me visitar :)

O que você acha do turismo no Canadá? Tem vontade de fazer?

terça-feira, 6 de agosto de 2013 - por Thiago

Idioma no processo de imigração - Eu avisei!

Ontem mesmo eu descorri aqui sobre parte da minha experiência com a questão dos idiomas aqui no Québec. Por uma meia conhecidência, o assunto está em pauta nas mídias daqui também, pois o Ministério da Imigração do Québec divulgou um comunicado semana passada para informar ao mundo que o processo de imigração acaba de ser revisado e modificado, e entre tantas modificações, adivinhem, está o domínio do idioma francês.

Se não fala, melhor estudar mais um pouco...

Os níveis da língua de Molière, que até então eram aceitos a partir do "Intermediário Baixo" agora serão somente aceitos a partir do "Intermediário Avançado" - um salto que, na minha época de curso de francês, representava um ano a mais de estudos.

Aqui a discussão é se o Québec deveria exigir também algum conhecimento de inglês, principalmente para aqueles que decidem se estabelecer aqui em Montreal, onde a comunidade anglófona (com todas as suas demandas) é grande e muito expressiva. Contudo, sem entrar nos méritos da questão bilinguista da Belle Province, eu acho que esse aumento nas exigências deveria ter sido aplicado muito antes, já na época que eu passei pelo processo. O domínio do idioma é fundamental para quem quer vir para cá e ser respeitado pela sociedade. Negligenciar esse aspecto é loucura.

O Ministério da Imigração gastou muito dinheiro esses anos todos com os programas de francisação para imigrantes por aqui, e pelo visto essa é uma verba que eles estão afim de economizar daqui pra frente, e com toda razão (afinal, sou eu que pago essa galera toda com meus impostos). Com isso mais pessoas vão chegar aqui prontas (ou quase) para o mercado de trabalho, o que é bom pra todo mundo.

Deixe nos comentários aqui embaixo sua opinião a respeito das novas regras de imigração!

ps - O comunicado completo do MICC está lá no site deles.
ps2 - Sim, quando eu recebi minha aprovação no processo de imigração, meu francês já era "Intermediário Avançado". Só pra deixar claro ;-)

segunda-feira, 5 de agosto de 2013 - por Thiago

Emprego rima com idioma

Sorria! Você está sendo avaliado.
E se por acaso o título deste post não é necessariamente válido quando se considera o som das palavras, tenha a certeza de que ele é muito válido quando se considera a realidade de um imigrante à procura do tão sonhado primeiro emprego. Todo mundo fala que eu sou um sortudo por ter escolhido a área de informática e que é por isso que eu não tive muitas dificuldades para me encaixar profissionalmente no Québec, e eu não posso mesmo dizer que a informática não seja um área muito boa aqui nesta província, mas NEM DE LONGE esse foi o único fator de sucesso no meu caso. Eu explico com um exemplo que ocorreu comigo na semana passada, lá no meu trabalho.

Meu chefe decidiu que minha equipe precisava de mais uma pessoa, e quando isso acontece inicia-se a tão famosa procura por alguém que vai fazer o coração do futuro chefe bater mais forte, com análises de currículo, entrevistas por telefone, entrevistas em pessoa e tudo o mais que vocês já conhecem bem. Eu não faço parte do comitê selecionador [ainda], mas volta e meia eu ia conversar com o meu supervisor sobre o andamento das entrevistas, só por curiosidade. A resposta que ele me deu a uma das entrevistas, segue mais ou menos transcrita aqui para vocês:
Hoje fizemos uma entrevista muito boa, com uma mocinha que vem do Peru. Os conhecimento técnicos dela eram perfeitos para as nossas necessidades, mas eu senti um problema potencial: ela está aqui há muito pouco tempo, só um ano e meio, e o seu francês não é completamente fluente. Percebe-se claramente que ela traduz do espanhol para o francês na cabeça dela, antes de falar. Tenho medo de que ela não consiga interagir com a equipe o tanto que eu gostaria que ela pudesse interagir, então acho que vou ter que continuar procurando.
Vocês perceberam o que aconteceu? Uma pessoa que possuía plenos conhecimentos técnicos para a vaga a ser preenchida, foi barrada, mesmo na área de informática, por conta de idioma. Eu sempre soube disso, porque já passei por muitas entrevistas de emprego e senti na pele como é ser avaliado em uma língua que não é a sua, mas ainda existe muita gente (e talvez um deste seja você, que está lendo esse post) que acha que só porque sabe conhece sua área profissional, pode passar por cima do aspecto mais fundamental da vida em sociedade, que a comunicação.

Resumo da ópera, meus caros: não se iluda. Eu estudei muito francês para me dar bem nas entrevistas, e não fiquei chorando meses e meses de desemprego antes de encontrar meu lugar ao Sol. Pode parecer orgulho próprio, mas nesse caso em especial é realmente um serviço que estou prestando a você que está com planos de mudar de vida. APRENDA O IDIOMA ANTES DE SAIR DE ONDE VOCÊ ESTÁ, senão você vai chorar muito, MUUUUUITO, quando chegar aqui. E acredite em mim quando eu te digo que já muita gente chorar de verdade.

Se liga ;-)

quarta-feira, 24 de julho de 2013 - por Thiago

Venha trabalhar no Quebec!

O processo de imigração no Canadá ainda é uma realidade. São poucos os países que aceitam imigrantes com tanta alegria quanto este país em que vivo, mas hoje em dia a situação não está mais tão simples como na época que decidi me mudar pra cá. Os campos profissionais aceitos estão cada vez mais restritos, sem falar no tempo de processamento dos pedidos que está a cada dia mais lento e demorado.

Contudo, o Canadá ainda é um país que necessita de muita de mão de obra QUALIFICADA. Sério, se você é bom o suficiente, e fala a língua dos caras aceitavelmente bem, as portas estarão abertas para você por um bom tempo.

E é essa lógica que o programa Québec na Cabeça está seguindo. As empresas da Ville de Québec, capital da província, estão precisando de muitos profissionais, e enquanto o processo de imigração está um pouco lento, este programa, através da organização Québec International, contrata e agiliza o visto de trabalho para gente qualificada, e aí você pode vir pra cá já trabalhando e daqui mesmo disparar seu pedido de residência fixa. Vai falar que não é tentador?

O Diego já correu pro abraço!
Se você trabalha na área de TI e USINAGEM, fala du bon français e tem espírito de aventura, esse post foi feito pra você. Mas corra! As candidaturas serão recebidas até dia 22 de agosto! Entre no site e se informe direitinho sobre o que você tem que fazer para se sair fantasticamente bem no processo e arrumar uma boquinha por aqui!

Acompanhe o programa também pelas redes sociais:

https://www.facebook.com/quebecentete
https://twitter.com/quebecentete

Arrepia no francês aí e boa sorte!

terça-feira, 23 de julho de 2013 - por Thiago

Lac Mégantic - Correndo pela vida

Correndo pela vida!
Existem muitas, mas muitas cidades bonitas na província do Québec, e Lac Mégantic é uma delas. Localizada 250 km a leste de Montréal, a cidadezinha encanta pelas belezas naturais (o lago em si) e pelo charme no estilo "casinha de boneca".

Mas algo terrível aconteceu. Um trem carregado de petróleo explodiu bem no meio da cidade, causando uma destruição terrível e, até agora, 47 pessoas mortas. Mais da metade da cidade está fechada e as pessoas que moram lá não poderiam estar mais tristes e desesperadas por terem perdido tanta coisa, inclusive pessoas que amavam.

Foi então que um abençoado teve a idéia de fazer uma corrida comemorativa-beneficente, para angariar fundos para a Cruz Vermelha que está lá ajudando os que precisam, mas também para dar uma animada neste povo que só chorou nestas duas últimas semanas. A corrida não teria ganhadores, nem troféus, nem medalhas. Só pessoas de boa vontade correndo para ajudar. Nem sequer o correr era obrigatório (você poderia andar se quisesse). Tem como não gostar da idéia?

E quando tem alguém precisando de uma força, lá estão Thiaguinho e Mirianzinha! Claro que sempre que possível tentamos levar amigos para as nossas aventuras, e dessa vez a Kenia e o Daniel estiveram com a gente. Saímos de Montreal 8h30 da manhã e quase três horas depois chegamos ao nosso destino, prontos para a corrida.

Chegamos! Boa!
O Sol estava forte e decidimos que correríamos o trecho menor de 4km, mas a grande maioria dos corredores escolheu o caminho maior de 12km, que saiu da cidade ao lado, Nantes. Uma hora depois que o pelotão maior saiu de lá, nos encontramos e corremos juntos até a linha de chegada, já em Lac Mégantic. Havia mais ou menos 1200 corredores ao total, somando aqueles que correram e aqueles que apenas andaram. Na primeira linha do pelotão, correndo junto com a gente, estava Georges Laraque, estrela do time de hóquey de Montréal.

Georges Laraque e as meninas
Chegando lá, fomos recebidos pela população que aplaudia os corredores e estendia as mãos para nos comprimentar com high-fives e na linha de chegada a própria prefeita da cidade, madame Colette Roy Laroche, agradeceu muito a presença e a força de todos com um grande "Je vous aime!!" ao final do discurso. A Cruz Vermelha estava lá recolhendo as doações também.

Na saída, os ônibus escolares da cidade levaram todo mundo de volta ao ponto de largada, onde os carros ficaram estacionados, e assim todos puderam retornar em paz e segurança para casa, depois de um dia tão diferente e especial para todos. O evento deu tão certo que a prefeita vai propor que a corrida seja anual, entrando assim para o calendário do esporte e da solidariedade do Québec.

Magog
Na volta pra casa, ainda demos uma passada em Magog, já que fica bem no caminho. Magog também possui um lago, e como não podemos ter acesso ao Lago de Lac Megantic por conta do acidente, conseguimos matar a nossa vontade de um mergulho no lago Memphrémagog.

Fazia tempo que um dia não era tão prazeiroso, produtivo e recompensador. Minhas orações estão com os enlutados de Lac Mégantic. Que Deus possa confortar seus corações.

quarta-feira, 3 de julho de 2013 - por Thiago

A primeira festa do Canadá, a gente não esquece

Ninguém tá vendo nada. Certeza.
Eu sei que você deve estar confuso por conta desse título, já que estou por aqui há 5 anos, mas por incrível que pareça, no último dia primeiro de Julho eu participei da minha primeira festa em comemoração ao aniversário da Confederação Canadense. Calma que eu explico tudo.

Como você já deve saber a esta altura do campeonato, eu moro na província do Quebec, que é a única do país com tradição essencialmente francesa, ao contrário do resto do país que tem tradição essencialmente inglesa. Eu não vou entrar nos pormenores desta questão, pois isso me levaria realmente alguma milhares de linhas para explicar e debater (sem ainda chegar a uma conclusão concreta), mas para encurtar a história, o pessoal da minha província não se sente tão canadense quanto o resto do país. Para eles, o Quebec é uma coisa, e o Canadá é outra.

To serve and protect.
Por conta disso, o dia que os caras mais comemoram aqui é exatamente uma semana antes do dia 1 de julho - o dia de São João Batista (ou Saint Jean Baptiste), comemorado dia 24 de junho. Esse dia sim é o verdadeiro feriado nacional desta província, mas como hoje o assunto é outro, também não vou me delongar neste ponto.

Como eu sempre passei todos os dias do Quebec festejando por aqui, esse ano eu resolvi ver com meus próprios olhos como o resto do país comemora o dia do Canadá, e para isso peguei estrada com Mirian e nossos amigos Julianne e Gregory e fomos todos juntos para Ottawa, a capital do país, e lá encontramos nossos amigos Lineker (que está morando lá durante o verão e nos garantiu a estadia) e Keila.

Eu valho só isso.
E não é que esse povo também sabe fazer uma festinha danada de agradável? A cidade de Ottawa por si só já é uma belezinha, e tão limpinha que dá até raiva. Eu já tinha ido pra lá várias vezes e sempre me impressiono com a organização da cidade. A cereja do bolo neste dia de festa é que, pra começar, os museus da cidade são gratuitos, e aí não tem como não aproveitar para conhecer o Museu da Guerra, que era uma das minhas pendências na cidade, e também fazer bem feito o tour da Casa da Moeda, onde eu pude segurar uma barra de ouro que custa nada menos que 500 mil doletinhas.

Greg já entrou no espírito da coisa.
Mas nem só de visitas a museus vive uma cidade em dia de festa. Em frente ao parlamento, um palco enorme foi montado para a celebração, que teve participação do primeiro ministro Stephen Harper, do governador geral David Johnston, do meu herói nerd - o austronauta Chris Hadfield, da cantora Carly Rae Jepsen, e de mais um montão de artistas e celebridades canadenses dando uma palhinha no palco, para delírio da galera que estava ali. Fomos ao show do meio-dia, mas ainda teve ainda um repeteco às 7 da noite, com direito a show de fogos e tudo o mais (mas isso a gente perdeu...)

Bonne fête du Canada à tous!
Além de tudo isso, muuuuita gente na rua vestida de vermelho, branco e folhinhas de maple passeando pelas ruas fechadas do centro da cidade. Tudo na maior tranquilidade, segurança, alegria e tudo o mais que a gente só consegue encontrar nesses países de ponta. Preciso muito confessar que fiquei feliz em sentir que faço parte disso tudo. Depois de tanto tempo, eu realmente me sinto em casa no Canadá, pois afinal é isso mesmo que ele é pra mim.

Estou seriamente tentado a não mais perder as festas do Canadá. Gostei muito e quero voltar sempre que puder. Quem quiser nos acompanhar, só levantar a mão.


Eu esqueci! Eu esqueci!


terça-feira, 18 de junho de 2013 - por Thiago

It's not about the money, money, money...

"Pátria amada, Brasil!"
Ou, melhor dizendo, não SÓ sobre isso.

Eu posso estar sendo um pouco repetitivo, mas a esta altura do campeonato não faz mais muita diferença. Eu não achei que viveria para ver o que estou vendo nas ruas do Brasil, e espero do fundo do coração que essa chama não se apague tão rápido quando a festa de carnaval de todos os anos.

Quando eu decidi sair do Brasil, na crise do PCC em 2006 que rolou em São Paulo, eu simplesmente joguei a toalha e pedi pra sair. Eu não achava (e, sinceramente, ainda não acho) que o país que teve a felicidade de me ter como filho um dia ia mudar a sua cara e se tornar o país que eu gostaria que ele fosse. Conheço muitos que falam mal do Québec e tudo o mais, mas a minha memória não é ruim e eu sei muito bem o que deixei pra trás. E só ganhei com isso.

Mas agora o povo brasileiro se levanta, não somente pra torcer pela seleção brasileira ou pra acompanhar o último capítulo da bendita novela das 9, mas para clamar por mudança. O motivo, a gota d'água, o estopim ou o que quer que você queira chamar, foi o aumento de míseros 20 centavos na passagem do transporte "público". Mas você acha mesmo que um país inteiro se levantaria por conta de 20 centavos? Pois é, reveja os seus conceitos.

Aqueles que, como eu, pediram pra sair deste país que mais maltrata seus filhos que outra coisa, na verdade continuam sendo filhos desta pátria, e mesmo de longe, não fogem à luta. A comunidade brasileira aqui em Montréal (e arredores) não deixou passar a oportunidade para expressar o apoio e mandar aquele força para os manifestantes no Brasil. Claro, não foram todos os brasileiros que compareceram (quem dera fosse), mas estes que não se mexeram aqui não teriam se mexido aí também, então tá tudo certo.

Mesmo embaixo de chuva, levamos nossos cartazes, pintamos a nossa cara e gritamos em português, inglês e francês para que todos entendessem porque essa gente bronzeada está mostrando seu valor, porque a hora realmente chegou. No que depender da gente, essa revolução não vai acabar tão cedo.

E este é o vídeo do meu brother Igor Correia, que merece ser bem mais compartilhado que o meu.

Outras manifestações estão previstas para Montreal, e sempre que tivermos novidades por aqui, eu mando pra vocês.

#VEMPRARUA #OGIGANTEACORDOU #CHANGEBRAZIL

sexta-feira, 8 de março de 2013 - por Thiago

Dia da mulher - homenagem do dia

Anita Sarkeesian - a própria
Hoje é o dia internacional da mulher, e pessoalmente eu acredito que só a própria existência/necessidade de um dia como esse já nos diz o quão longe nós estamos da solução do problema. A segregação existe e é muito triste de se ver, tanto na maneira escandalosa com que o brasileiro a demonstra, como nas maneiras mais sutis desenvolvidas pelos países de primeiro mundo.

O blog Do Brasil ao Québec faz homenagem hoje à uma mulher, blogueira, canadense, feminista e ativista, mas tudo isso SEM FRESCURAS, Anita Sarkeesian. A biografia dela (com exceção da idade, hehehe) está toda na Wikipédia, mas como não tem em português eu vou dar uma palhinha pra vocês.

Anita nasceu em Toronto, de pais armênios, mas mudou-se com seus pais para a Califórnia, onde realizou seus estudos e tirou seu mestrado com uma tese chamada, em tradução livre, "Vou fazer de você um homem: Mulheres fortes em ficção científica e fantasia televisiva". A afinidade de Anita com esse tema da mulher na mídia fez com que ela criasse um blog e um canal do Youtube, ambos em análise do papel da mulher nos meios mediáticos, principalmente livros, filmes e video-games.

Dá pra entender o propósito do estudo, não? (clique para ampliar)
Lá pelos idos do começo do ano passado, Anita decidiu ir além com seu projeto e criou uma conta no Kickstarter para financiá-la em um projeto de análise aprofundado e conclusivo sobre a figura feminina no universo dos video-games, desde os primórdios até a atualidade - o Tropes vs Women. Só pela coragem da mina em se dedicar profissionalmente a esse tipo de atividade, eu já tiro o meu chapéu, mas bom seria se a história tivesse sido só isso.

Logo que Anita começou sua campanha, uma outra campanha MASSIVA na internet iniciou-se para desmoralizá-la. Os imbecis tentaram fechar as contas de Anita do Twitter, Youtube, Facebook e do próprio Kickstarter, criaram diversas imagens da Anita sendo estuprada por personagens de video-games (!?!?!?) e, é claro, enviaram pilhas e pilhas de ameaças de assassinato, estupro e ofensas pelas redes sociais. Tudo isso, antes mesmo que Anita tivesse dado qualquer opinião a respeito do assunto (!!!).

Anita trabalhando, em seu canal do Youtube.

Agora você pode tentar argumentar: "Mas Thiago, quem liga pros pitis que os adolescentes viciados em video-games e internet dão?" Olha, eu acredito que todo mundo, mesmo adolescentes retardados, deveriam ter um mínimo de educação e respeito dentro da sociedade, mas o pior de tudo isso é que grande parte dos ataques enviado à Anita foram de adultos na faixa dos 25-35 anos, que hoje são a maior faixa etária dos gamers na América do Norte (quiçá no mundo todo).

Graças a Deus, a história da Anita não acabou aí. Ela poderia estar matando, poderia estar roubando, ou poderia estar sentada em um cantinho chorando e reclamando pelo tanto de ataques que recebeu. Mas não, ela continuou firte e forte no seu ativismo e hoje ela conseguiu mais que 6 vezes a quantia inicial que ela esperava receber dos seus doadores/investidores e tornou-se uma profissional em período integral do tema. E as doações/investimentos continuam chegando :)

Boa, Anita! \o/ \o/

Demais, não? Para mim, uma feminista que quer ser respeitada, não é aquela que deixa os cabelos do suvaco crescerem ou que fica mostrando os peitos por aí, mas sim aquelas que são GENTE QUE FAZ, que não se intimidam com marmanjos idiotas tentando cercear suas liberdades e fazem desse mundo, um mundo DE FATO melhor. Parabéns Anita! Tamo junto!

Os vídeos abaixo estão todos em inglês, mas se você gosta de enfrentar a língua de Shakespeare, assita, porque valem a pena.



terça-feira, 15 de janeiro de 2013 - por Thiago

Engano? Não tem problema!

Foi mais ou menos isso que eu disse ontem (só que em francês, como é o praxe por aqui na maioria dos casos), quando recebi uma ligação de um senhor procurando alguém que definitivamente não era eu. Normalmente, a pessoa se desculpa pelo engano , delisga o telefone e a vida continua, certo? Bem, desta vez foi um pouco diferente.

O senhor em questão realmente se desculpou pelo engano e antes de desligar me alertou gentilmente para eu tomar cuidado com a gripe, pois viu que minha voz estava um pouco rouca. Eu agradeci e disse que já estava melhorando, mas aí ele disse que está uma onda terrível de grupe nestes dias e que todo cuidado é pouco, principalmente quando se tem a idade dele.

O fim? Nada disso. Logo depois ele meio que gostou do papo e eu não me recordo como ele passou do lance da saúde para começar a me contar sobre como seu pai veio da Acádia (hoje New Brunswick) para o Québec e que deixou um pedaço de terra bem generoso para ele e seus irmãos à beira do rio em Laval, e sobre como ele é feliz aqui no Québec podendo ver o Sol se por todo dia dentro do rio, olhando de sua janela.

Como a educação aqui neste história ainda é um ponto observado, o senhor me pediu desculpas de ter falado tanto sem nem saber se eu estava disponível para falar com ele, mas eu respondi que não tinha problema algum pois eu estava em horário de almoço (o que era de fato verdade). E porque não bater essa papo até o fim com este desconhecido, já que a vida tinha preparado um encontro tão inusitado como este?

Neste papo vai, papo vem, ele descobriu que eu sou brasileiro e me disse que gosta muito de ver na televisão quando passam notícias do carnaval do Rio (ah vá! é mesmo que é isso que gringo conhece do Brasil?) com a mulherada dançando semi-pelada na telinha, mas logo o assunto voltou para o sua casa e sobre como o seu pai construiu tudo aquilo há tantos anos atrás, e que tudo ainda está em perfeitas condições e blá blá blá.

Eu escutei bastante, sempre deixando alguns "sim, claro!", "que interessante!" e "compreendo perfeitamente" no meio do caminho para que o senhor não achasse que eu tinha desligado o telefone na cara dele, e ao final ele agradeceu muito o tempo que eu dispensei a ele e pela agradável conversa que tivemos. Eu também agradeci pela conversa e desejei um feliz ano novo a ele, que prontamente me achou muito gentil, retribuiu os votos e finalmente desligamos o telefone.

Agora, me fala a verdade, caro leitor: Não tem que amar esse povo doido daqui?

:)

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