quarta-feira, 24 de julho de 2013 - por Thiago

Venha trabalhar no Quebec!

O processo de imigração no Canadá ainda é uma realidade. São poucos os países que aceitam imigrantes com tanta alegria quanto este país em que vivo, mas hoje em dia a situação não está mais tão simples como na época que decidi me mudar pra cá. Os campos profissionais aceitos estão cada vez mais restritos, sem falar no tempo de processamento dos pedidos que está a cada dia mais lento e demorado.

Contudo, o Canadá ainda é um país que necessita de muita de mão de obra QUALIFICADA. Sério, se você é bom o suficiente, e fala a língua dos caras aceitavelmente bem, as portas estarão abertas para você por um bom tempo.

E é essa lógica que o programa Québec na Cabeça está seguindo. As empresas da Ville de Québec, capital da província, estão precisando de muitos profissionais, e enquanto o processo de imigração está um pouco lento, este programa, através da organização Québec International, contrata e agiliza o visto de trabalho para gente qualificada, e aí você pode vir pra cá já trabalhando e daqui mesmo disparar seu pedido de residência fixa. Vai falar que não é tentador?

O Diego já correu pro abraço!
Se você trabalha na área de TI e USINAGEM, fala du bon français e tem espírito de aventura, esse post foi feito pra você. Mas corra! As candidaturas serão recebidas até dia 22 de agosto! Entre no site e se informe direitinho sobre o que você tem que fazer para se sair fantasticamente bem no processo e arrumar uma boquinha por aqui!

Acompanhe o programa também pelas redes sociais:

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https://twitter.com/quebecentete

Arrepia no francês aí e boa sorte!

terça-feira, 23 de julho de 2013 - por Thiago

Lac Mégantic - Correndo pela vida

Correndo pela vida!
Existem muitas, mas muitas cidades bonitas na província do Québec, e Lac Mégantic é uma delas. Localizada 250 km a leste de Montréal, a cidadezinha encanta pelas belezas naturais (o lago em si) e pelo charme no estilo "casinha de boneca".

Mas algo terrível aconteceu. Um trem carregado de petróleo explodiu bem no meio da cidade, causando uma destruição terrível e, até agora, 47 pessoas mortas. Mais da metade da cidade está fechada e as pessoas que moram lá não poderiam estar mais tristes e desesperadas por terem perdido tanta coisa, inclusive pessoas que amavam.

Foi então que um abençoado teve a idéia de fazer uma corrida comemorativa-beneficente, para angariar fundos para a Cruz Vermelha que está lá ajudando os que precisam, mas também para dar uma animada neste povo que só chorou nestas duas últimas semanas. A corrida não teria ganhadores, nem troféus, nem medalhas. Só pessoas de boa vontade correndo para ajudar. Nem sequer o correr era obrigatório (você poderia andar se quisesse). Tem como não gostar da idéia?

E quando tem alguém precisando de uma força, lá estão Thiaguinho e Mirianzinha! Claro que sempre que possível tentamos levar amigos para as nossas aventuras, e dessa vez a Kenia e o Daniel estiveram com a gente. Saímos de Montreal 8h30 da manhã e quase três horas depois chegamos ao nosso destino, prontos para a corrida.

Chegamos! Boa!
O Sol estava forte e decidimos que correríamos o trecho menor de 4km, mas a grande maioria dos corredores escolheu o caminho maior de 12km, que saiu da cidade ao lado, Nantes. Uma hora depois que o pelotão maior saiu de lá, nos encontramos e corremos juntos até a linha de chegada, já em Lac Mégantic. Havia mais ou menos 1200 corredores ao total, somando aqueles que correram e aqueles que apenas andaram. Na primeira linha do pelotão, correndo junto com a gente, estava Georges Laraque, estrela do time de hóquey de Montréal.

Georges Laraque e as meninas
Chegando lá, fomos recebidos pela população que aplaudia os corredores e estendia as mãos para nos comprimentar com high-fives e na linha de chegada a própria prefeita da cidade, madame Colette Roy Laroche, agradeceu muito a presença e a força de todos com um grande "Je vous aime!!" ao final do discurso. A Cruz Vermelha estava lá recolhendo as doações também.

Na saída, os ônibus escolares da cidade levaram todo mundo de volta ao ponto de largada, onde os carros ficaram estacionados, e assim todos puderam retornar em paz e segurança para casa, depois de um dia tão diferente e especial para todos. O evento deu tão certo que a prefeita vai propor que a corrida seja anual, entrando assim para o calendário do esporte e da solidariedade do Québec.

Magog
Na volta pra casa, ainda demos uma passada em Magog, já que fica bem no caminho. Magog também possui um lago, e como não podemos ter acesso ao Lago de Lac Megantic por conta do acidente, conseguimos matar a nossa vontade de um mergulho no lago Memphrémagog.

Fazia tempo que um dia não era tão prazeiroso, produtivo e recompensador. Minhas orações estão com os enlutados de Lac Mégantic. Que Deus possa confortar seus corações.

quarta-feira, 3 de julho de 2013 - por Thiago

A primeira festa do Canadá, a gente não esquece

Ninguém tá vendo nada. Certeza.
Eu sei que você deve estar confuso por conta desse título, já que estou por aqui há 5 anos, mas por incrível que pareça, no último dia primeiro de Julho eu participei da minha primeira festa em comemoração ao aniversário da Confederação Canadense. Calma que eu explico tudo.

Como você já deve saber a esta altura do campeonato, eu moro na província do Quebec, que é a única do país com tradição essencialmente francesa, ao contrário do resto do país que tem tradição essencialmente inglesa. Eu não vou entrar nos pormenores desta questão, pois isso me levaria realmente alguma milhares de linhas para explicar e debater (sem ainda chegar a uma conclusão concreta), mas para encurtar a história, o pessoal da minha província não se sente tão canadense quanto o resto do país. Para eles, o Quebec é uma coisa, e o Canadá é outra.

To serve and protect.
Por conta disso, o dia que os caras mais comemoram aqui é exatamente uma semana antes do dia 1 de julho - o dia de São João Batista (ou Saint Jean Baptiste), comemorado dia 24 de junho. Esse dia sim é o verdadeiro feriado nacional desta província, mas como hoje o assunto é outro, também não vou me delongar neste ponto.

Como eu sempre passei todos os dias do Quebec festejando por aqui, esse ano eu resolvi ver com meus próprios olhos como o resto do país comemora o dia do Canadá, e para isso peguei estrada com Mirian e nossos amigos Julianne e Gregory e fomos todos juntos para Ottawa, a capital do país, e lá encontramos nossos amigos Lineker (que está morando lá durante o verão e nos garantiu a estadia) e Keila.

Eu valho só isso.
E não é que esse povo também sabe fazer uma festinha danada de agradável? A cidade de Ottawa por si só já é uma belezinha, e tão limpinha que dá até raiva. Eu já tinha ido pra lá várias vezes e sempre me impressiono com a organização da cidade. A cereja do bolo neste dia de festa é que, pra começar, os museus da cidade são gratuitos, e aí não tem como não aproveitar para conhecer o Museu da Guerra, que era uma das minhas pendências na cidade, e também fazer bem feito o tour da Casa da Moeda, onde eu pude segurar uma barra de ouro que custa nada menos que 500 mil doletinhas.

Greg já entrou no espírito da coisa.
Mas nem só de visitas a museus vive uma cidade em dia de festa. Em frente ao parlamento, um palco enorme foi montado para a celebração, que teve participação do primeiro ministro Stephen Harper, do governador geral David Johnston, do meu herói nerd - o austronauta Chris Hadfield, da cantora Carly Rae Jepsen, e de mais um montão de artistas e celebridades canadenses dando uma palhinha no palco, para delírio da galera que estava ali. Fomos ao show do meio-dia, mas ainda teve ainda um repeteco às 7 da noite, com direito a show de fogos e tudo o mais (mas isso a gente perdeu...)

Bonne fête du Canada à tous!
Além de tudo isso, muuuuita gente na rua vestida de vermelho, branco e folhinhas de maple passeando pelas ruas fechadas do centro da cidade. Tudo na maior tranquilidade, segurança, alegria e tudo o mais que a gente só consegue encontrar nesses países de ponta. Preciso muito confessar que fiquei feliz em sentir que faço parte disso tudo. Depois de tanto tempo, eu realmente me sinto em casa no Canadá, pois afinal é isso mesmo que ele é pra mim.

Estou seriamente tentado a não mais perder as festas do Canadá. Gostei muito e quero voltar sempre que puder. Quem quiser nos acompanhar, só levantar a mão.


Eu esqueci! Eu esqueci!


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