quarta-feira, 12 de setembro de 2012 - por Thiago

24 horas de roller

Vim, vi e venci! Há 4 anos e meio atrás eu disse que ia participar das 24 horas Roller de Montreal, e agora (até que enfim!) eu cumpri minha missão! E depois de tanto tempo passado, só tenho uma pergunta a me fazer: PORQUE RAIOS EU NÃO VIM ANTES?

Bolt
O negócio funciona mais ou menos assim, de forma bem resumida: as equipes se cadastram para o evento (e por equipe, entenda solo, duplas ou times de até 10 pessoas) e no dia marcado todo mundo se junta lá no Circuito Gilles Villeneuve para a prova. Toda a estrutura do autódromo está a disposição, e o paddock será seu lar por um dia, junto com todos os outros malucos que, como você, se inscreveram para o evento. Acomodação feitas, patins nos pés, fazemos uma volta de reconhecimento da pista e, meio dia, começa a prova.

Turtles aquecendo
Começar é tranquilo, tudo é festa! O esquema das equipes é de rodízio, e a minha equipe em particular, os Speedy Turtles decidiram que cada um daria uma volta de cada vez, mantendo assim a velocidade máxima de cada participante. Eu era o nono do revezamento, ou seja, só fui começar a patinar lá quase pelas duas horas da tarde, e a cada uma hora e meia eu fazia uma volta no autódromo, carregando o bastão da equipe pelos seus 4,5 quilômetros de extensão.

Sou eu não, mas valeu a intenção
A coisa fica mais apertada quando a noite chega. Decidimos realizar dois turnos de 4 horas, sendo que em cada turno cinco membros da equipe iam dar uma soneca e os outros cinco continuavam o rodízio. Depois de passadas 4 horas, invertiam-se os papéis. Fiquei na primeira turma a dormir e às 11 da noite eu estava liberado para descansar até às 3 da manhã, mas nem ache que eu dormi todas essas 4 horas... mais acertado dizer que eu dormi da meia-noite até 2 e meia da manhã, pois às 3 eu já tinha que estar na pista novamente.

Mais um dia se no autódromo
Patinar de noite foi bem penoso, tanto pelo cansaço/sono quanto pelo frio, mas o martírio durou só umas 3 horas e pouco, e quando o Sol nasceu por completo às 6 e meia da manhã a temperatura começou a subir novamente, para noooooosa alegria. O resto da turma acordou do descanso e todos voltamos a nos revezar como no dia anterior até o final da competição, ao meio dia. Até meu parceiro Rafa Nacif foi lá me visitar e me fez uma homenagem com um vídeo legal demais da conta que foi editado em tempo recorde. Se liga:

Tou cansado, mas vambora!

Les Speedy Turtles!
Resultado final? Além da diversão, fazer novos amigos, estar no meio de um montão de gente que gosta de fazer a mesma coisa que você e todas essas outras benéfices do esporte em conjunto, conseguimos uma honrosa 33a colocação em um range de 96 equipes. Nada mal né? Para quem entrou só para brincar, e nem sequer tinha uma equipe quando chegou ao autódromo, está é de muito bom tamanho!

 
Esperando que tudo vai "dar" bem!
 
Eu fiquei feliz demais de participar e espero mesmo não demorar mais quatro anos para participar novamente. Bora patinar?

sábado, 1 de setembro de 2012 - por Thiago

Trip pro Oriente Médio - Israel (parte final)

Estamos chegando ao final de mais um trip por esse mundão afora. Siga aqui as passagens pelo Egito, Sinai, Jordânia e Israel, e depois de ler tudo isso, continue em frente ;-)

Jeruuuuuuusalém...
Chegamos a Jerusalém! O primeiro lugar que visitamos foi o Monte das Oliveiras, que tem uma vista panorâmica do domo da Rocha, aquela cúpula dourada onde o Islam diz que Maomé subiu para o paraíso. Aquilo não é nem mesquita, nem sinagoga. Hoje o domo fica onde antigamente havia o templo judaico e vimos também a porta por onde Jesus entrou na cidade, que hoje está murada. Tem uns cemitérios perto porque eles dizem que como o julgamento final será ali, eles querem estar mais perto pra ressuscitarem antes. Descendo o monte tem o jardim do Getsêmani, que hoje além do jardim (com oliveiras da época de Jesus), tem também uma igrejona construída (bááásico...).

Parece de verdade, mas não é...
Depois, fomos numa visita rápida ao museu de Israel. Vimos uma maquete de Jerusalém na época de Jesus. Há coisas que os arqueólogos têm certeza, outras eles apenas dizem que é uma possibilidade, e conforme eles vão fazendo novas descobertas, eles mudam a maquete. Vimos também a caixa onde estão os ossos de Caifás, que condenou Jesus. Tinha uma exposição sobre judeus hassídicos (ortodoxos), que tem muito aqui em Montreal, mas não deu tempo de ver direito. Gostaria de voltar neste museu um dia, porque tem muita coisa legal, mas foi corrido.

Pelas ruas da cidade
Depois fomos à Belém. Tivemos que levar o passaporte porque Belém fica na Cisjordânia, que é território palestino, e lá Israel não manda nada nem oferece segurança aos israelitas. O nosso guia teve que descer antes de entrarmos na cidade inclusive, e outro guia palestino tomou seu lugar. Em Belém o trânsito é uma bagunça (alguém lembrou do Egito?), não é organizado como no resto de Israel. Chegando lá, o guia levou o povo num restaurante pra turista ver. Sorte nossa que vimos outros locais nas redondezas e comemos um sanduíche de falafel por 2 doletas!!! E ainda deu pra passear pelas ruazinhas próximas e conversar com uma funcionária do turismo local sobre a situação política da região. Legal demais.

Meio escurão né? Tinha piores...
Depois fomos à igreja da Natividade, onde há uma gruta que tecnicamente Jesus nasceu, embora a gente saiba que a possibilidade disso ser verdade é inexistente. A igreja era estranha, escura, sem bancos e as paredes velhas, sem restauração. Tinha uma fila imensa para ver uma estrela que simboliza o lugar onde Jesus nasceu. Aí a galera entra, ajoelha, beija o negócio e tira uma foto. Nem preciso perder tempo para dizer que pulamos essa parte né? Pois é, agora já perdi.

As ordens saem tudo daí
No dia seguinte fomos na sede do parlamento Israelense. Na frente do parlamento tem uma Menorah gigante (candelabro de 7 velas) bem bonita. Depois fomos ao possível Calvário, que na verdade não é um monte. É um pedra com formato de caveira. Supostamente Jesus e os outros teriam sido crucificados no caminho, não no alto de uma montanha. Vimos também uma tumba que se assemelha muito a que Jesus foi sepultado.

Rua dos árabes.
Depois entramos pela porta de Herodes num labirinto sem fim, uma zona árabe, pra chegar ao tanque de Betesda, onde Jesus curou um paralítico. Descemos um buraco bem fundo e ainda tem água lá, mas já construíram tanta coisa por cima que não dá pra ter muita noção de como parecia na verdade. Novamente, tem uma igreja construída no local, com uma acústica incrível, um eco sem fim.
Tão me vendo aqui?

No sábado, a rua é um agito só.
O ônibus voltou cedo pro Hotel, e a gente decidiu sair para andar a pé até a cidade velha. Foi muito mais legal andar num grupo de seis pessoas do que em um de cem! Quase nenhum carro e pouquíssima gente na rua porque era sábado, e aos sábados os judeus têm um limite de distância a percorrer. Até para tirar fotos pelo caminho foi complicado, pois aos sábados é proibido tirar fotos, mas é CA-LA-RO que demos um jeitinho de solucionar esta questão.

Lamenta... lamenta...
Ao chegar na cidade velha, entramos em um labirinto de ruazinhas cheias de pequenos comércios, em direção ao Muro das Lamentações. O lugar é realmente diferente. Começa que do lado esquerdo do muro é exclusivo para os homens, e do direito para as mulheres. O pessoal pega um livro de orações, vai bem perto do muro e fica orando de um jeito que parecia que estavam chorando, e ficam ali por horas e horas! Não é só uma oraçãozinha de 2 minutos não. Outra coisa que impressiona são os milhares de papéis de pedidos enfiados nas fendas. O muro é bonito, mas chegando perto ele é meio fedido de tanta gente que encosta a boca ali nos tijolos pra ficar se lamentando do templo destruído.

Domo da Rocha. Lindão.
No último dia de passeio passamos por mais um monte de lugares que supostamente foram um lugar importante, mas que no fundo não foram coisíssima nenhuma. Entre eles a sala da santa ceia, o túmulo de Davi, a via dolorosa e a igreja do Santo Sepulcro. Essa última foi a que mais chamou atenção pelo clima lá dentro. Muita fumaça, penumbra e gente beijando o chão em todos os lugares. Eu tentaria entender tudo aquilo se Jesus realmente tivesse sido sepultado naquele lugar, mas o negócio fica DENTRO DA CIDADE! Todo mundo sabe que Jesus foi sepultado fora dela, e que aquela igreja não tem nada a ver com o ocorrido.

O que sobrou da destruição de 70DC
A parte legal foi ir ao Davidson Center, que é um sítio arqueológico das ruínas da antiga cidade de Jerusalém. Vimos paredes dos tempos de Jesus, as pedras que os soldados romanos jogaram no templo para destruir tudo QUE AINDA ESTÃO LÁ, e também as escadarias do antigo templo, que é um dos únicos lugares que podemos ter certeza que Jesus pisou e tudo o mais. Essa parte interessantíssima é vazia, e quase ninguém vai lá. Dá pra entender uma coisa dessas? Pois é, eu também não entendo. Não pudemos ir ao Domo da Rocha, pois o estávamos no mês do Ramadã e a entrada ao templo é proibida aos não muçulmanos durantes datas festivas. Foi uma pena pois ele é muito bonito e queríamos vê-lo de perto. Ficou pra próxima.

E assim mais uma viagem se acabou. Claro que ainda tivemos a doidera da passagem de volta por Tel-Aviv, mas o povo lá é tão sem educação que eu prefiro ignorá-los do relato.

Resumo da ópera: a viagem foi sensacional, com muitos lugares interessantes e históricos para conhecer. Esteja preparado para dar um olé nos vendedores que querem passar a perna na gente a todo custo. Não saia beijando chão de lugar que não tem nada a ver com a história bíblica, e NÃO VÁ DURANTE O VERÃO. O calor é de derreter os pensamentos. De resto, só alegria!

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