Quem aluga apartamentos aqui em Montreal e provavelmente no Canadá e EUA pelo que pude ver, sabe que eles têm mil problemas, mas nada me irrita mais do que eles terem um isolamento sonoro tão bom quanto ao de uma folha de papel. A gente não escuta apenas as brigas de família, os roncos, o que a pessoa está vendo na TV, se tem muita ou pouca gente conversando, os gritos de alguém que viu uma barata, a descarga, o chuveiro, mas o problema com meus queridos vizinhos é que o chão deles tremendo com seus "delicados" passinhos faz tremer também MEU teto, MINHAS paredes e MEU chão. Você deve estar se perguntando do que será que é feito o prédio, pasme, nada muito parecido com tijolo ou cimento como a gente vê no Brasil.
O problema da fragilidade do prédio não é apenas o som, mas também que qualquer coisa pode abrir um buraco. Estou até tomando cuidado quando bato a vassoura no teto porque ouvi uma história de uma pessoa que fez 14 furos no teto ao "reclamar"pelo mesmo problema.
Como se os "abalos sísmicos" não fossem suficientes, uma goteira inundou nosso banheiro e está rapidamente indo pro corredor, devido, claro, a problemas de vazamento destes mesmos vizinhos. As coisas aqui são tão mal feitas que se o zelador não vier logo consertar estamos com medo do teto cair. Bom, pelo menos teto de papel não dói na cabeça, né?
Lado negativo à parte, isso tudo não me incomodaria tanto se não tivesse que escrever um trabalho super chatinho enquanto ouço a brincadeira dos vizinhos. Sabemos que o zelador demora, mas chega, é só esperar. Eu até tentei ficar longe de casa hoje pra não me distrair com essas coisinhas. Fui à biblioteca mas ela não abre de segunda-feira e como hoje é feriado ela não ia abrir de qualquer maneira.
Um conselho para famílias com crianças bonitinhas e cheias de energia cujas casas têm péssimo isolamento acústico: levem-nas pra correr no parque e tomar um solzinho. Se eu pudesse, com certeza seria eu quem estaria lá fora agora.
Agora mãos à obra. Depois do blog vem a obrigação. Ai, que coisa chata!