Desesperada como só eu, já comecei a pensar em procurar empregos em qualquer coisa, lojas, lanchonetes etc. Pensei em substituir uma amiga numa loja de lingerie pois ela queria sair, mas resolveu ficar. Quase aceitei trabalhar numa lanchonete, mas achei que o valor não ia me pagar o cansaço. Pensei em procurar em lojas de roupa, mas vi uma outra amiga que está fazendo isso super estressada e resolvi esperar um tempinho.
Ontem pela manhã, enquanto pensava nas minhas estratégias pra começar a trabalhar logo, recebi uma ligação. Sim, sim, minha primeira entrevista de emprego! O senhor falou em francês e em português (vê se pode!) comigo pelo telefone e eu fui à escola ontem à tarde. A escola fica "perto" do metrô Henri-Bourassa, bem longinho aqui de casa, mas não tem problema porque as aulas acontecem por telefone! Veja só que beleza! Nunca tinha visto um dono de escola de idiomas com uma sala tão grande e bonita e com tanto estilo de mafioso! Fiquei pasma quando ele disse que conhecia duas das escolas onde eu trabalhei no Brasil e que são na verdade concorrentes dele. Ele disse que conhece muitos lugares do Brasil, falou um pouquinho de português e disse que quer estudar ainda mais. Como o inglês dele não é lá essas coisas, ele me disse que farei um teste por telefone com uma outra pessoa, pra saber se estou apta para o cargo. Imagine só, eu em Montreal ligando para um aluno de São Paulo para dar aulas de inglês. Bem engraçado! Este aqui é um slogan da escola:
Ontem mesmo recebi um segundo telefonema para fazer uma entrevistaem outra escola! Que beleza de dia, hein? Esta foi no centro da cidade, o que também não faz muita diferença visto que as aulas são nas empresas. Na verdade, a entrevista ainda vai acontecer, mas tivemos uma espécie de dinâmica de grupo, cada candidato levou uma pequena atividade de conversação. Fui a primeira a apresentar e escolhi um dos meus warm-ups preferidos: você deve conversar sem usar as palavras YES, NO, BUT e SO e suas variações, se usar, seu colega ganha um ponto.
Foi bem legal e agora estou esperando a oportunidade de fazer a entrevista individual.
De qualquer maneira, dando ou não dando certo, confirmei que quando alguém me disser que eu não posso fazer algo eu não devo ouvir!!! O que importa não ser falante nativa da língua que vou ensinar se eu tiver o conhecimento e a competência, não é mesmo?
E foi assim que tive não apenas uma, mas duas entrevistas e voltei com um sentimento muito bom pra casa. Seja o que Deus quiser!